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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve o tom nesta sexta-feira e não rebateu as críticas que o mandatário da Venezuela, Hugo Chávez, fez ao Senado brasileiro. O líder venezuelano disse que a Casa é formada por "representantes da direita brasileira a serviço do império americano" e que os senadores brasileiros repetem como "papagaios" o que dizem os EUA , depois que os parlamentares aprovaram esta semana uma moção contra o fechamento da emissora RCTV, a mais antiga da Venezuela.

- O presidente venezuelano, Hugo Chávez tem que cuidar da Venezuela, eu tenho que cuidar do Brasil, o presidente dos EUA, (George) Bush, tem que cuidar dos Estados Unidos, e assim por diante - afirmou o presidente brasileiro.

Lula acrescentou que "cada país faz aquilo da forma mais soberana que puder. No caso do Chávez, é um problema do Chávez com a televisão, a legislação da Venezuela. Não é um problema do Brasil. O problema do Brasil é outro, aqui temos uma prática extremamente democrática com a imprensa, e ela está consolidada. Acho que cada país tem que ter soberania para fazer o que tem que ser feito. Nada mais que isso."

Os senadores brasileiros receberam com decepção e preocupação as duras declarações do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, sobre o Senado. A maioria dos parlamentares reagiu chamando Chávez de ditador. O único a discordar foi o senador José Nery (PSOL-PA), para quem o Senado não deveria ter aprovado uma moção de censura contra o fechamento da emissora de televisão RCTV antes de ter mais informações sobre o que acontece no país.

O autor da moção contra a decisão da não-renovação da concessão à rede RCTV, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), disse que o presidente Lula não pode se omitir e precisa responder, com firmeza, ao que considera uma grave "agressão indevida" a um dos Três Poderes da União.

A polêmica respingou também na Câmara dos Deputados. O presidente da Casa legislativa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que não cabe ao presidente da Venezuela julgar o Congresso brasileiro.

- Ele erra gravemente ao atribuir ao Congresso Nacional uma subordinação que não existe a nenhum outro poder e, principalmente, a qualquer outro poder estrangeiro. Só devemos prestar contas ao povo brasileiro, que tem o poder de nos eleger e o direito e o poder de nos cobrar - disse Chinaglia.

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