"Por que não te calas" faz sucesso como toque de celular

A frase do rei da Espanha Juan Carlos "por que não te calas?" ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, durante a Cúpula Ibero-Americana do Chile no sábado (10), está fazendo um grande sucesso como chamada de telefones celulares.

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Depois da polêmica entre o rei da Espanha, Juan Carlos , e o presidente venezuelano, Hugo Chávez, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa do colega sul-americano. Segundo ele, divergências em reuniões entre chefes de Estado e de governo são comuns e afirmou que Chávez pode ser criticado por várias coisas, menos por falta de democracia na Venezuela.

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- Podem criticar o Chávez por qualquer outra coisa. Inventem alguma coisa para criticar o Chávez. Agora, por falta de democracia na Venezuela, não. Esse homem já passou por três referendos, já teve três eleições não sei para quê, quatro plebiscitos. Ou seja, o que não falta é discussão - disse Lula, que acrescentou que continua denfendendo a entrada da Venezuela no Mercosul.

- As pessoas se queixam porque o Chávez quer um terceiro mandato. Ora, porque ninguém se queixou quando Margaret Thatcher ficou tantos anos no poder? - questionou Lula em referência à ex-primeira-ministra britânica.

O presidente, que não presenciou a discussão entre Juan Carlos e Chávez, disse que não houve exageros dos dois. Para Lula, essas divergências acontecem em reuniões internacionais.

- Como é que você pensa que são as reuniões no G-8? Que você chega lá e tem um protocolo formal, que tem rir na hora certa? Não. Eu fui lá agora em Berlim para dizer para a Angela Merkel e dizer para o G-8 que, do jeito que está acontecendo a reunião, eu não tenho mais interesse de ir. Porque não estou disposto a ser tratado como cidadão de segundo classe. Ou nós fazemos reuniões para discutir os problemas do mundo ou não fazemos - afirmou Lula.

Hugo Chávez diz que rei Juan Carlos da Espanha deve pedir desculpas

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Chávez, afirmou que o rei deveria pedir desculpas ao governo de Caracas depois de ter mandado que ele calasse a boca durante a sessão final da Cúpula Ibero-Americana de Santiago do Chile, no sábado, indica um comunicado oficial divulgado nesta quarta-feira.

"O que deveria fazer é oferecer suas desculpas à Venezuela e aos demais chefes de Estado da Ibero-América", afirmou Chávez, segundo nota do ministério da Comunicação e Informação. "Estão tentando fazer ver em nível mundial que fui eu quem agrediu o rei, quando foi ele que me agrediu", indicou o chefe de Estado.

Na véspera, Chávez disse que Juan Carlos agiu com "prepotência" na ocasião.

- Raivoso. O rei teve sorte que eu não o ouvi. São 500 anos de prepotência - disse Chávez em entrevista a correspondentes estrangeiros. - Agora querem me colocar no papel de agressor; pelo amor de Deus, eu nem vi o rei - disse Chávez em Caracas.

Chávez acusou a imprensa de ter manipulado o incidente.

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- Dizer que Chávez (sic) agrediu o rei, é uma manipulação; o mal que fiz foi expor minhas idéias - argumentou o presidente venezuelano.

Na cúpula de Santiago, o Rei Juan Carlos da Espanha, visivelmente irritado, dirigiu-se a Chávez com um "Por que não se cala?", reagindo às suas constantes interrupções ao discurso do chefe de governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, que tentava defender seu antecessor Jose María Aznar. Rodríguez Zapatero destacava que Aznar havia sido "eleito democraticamente" pelos espanhóis, ao que Chávez respondeu chamando o ex-presidente do governo espanhol de "fascista", acusando-o de ter apoiado o golpe de Estado que o afastou temporariamente do poder na Venezuela em 2002.

Pivô do bate-boca que ofuscou a Cúpula Ibero-Americana, Aznar evitou o assunto durante um evento em Bogotá, mas não perdeu a chance para cutucar o líder sul-americano .

- Nós que acreditamos na liberdade temos que expressar nossa opinião - disse. - Há regimes e ideologias que só podem viver dos inimigos externos. Não vou alimentar todas essas coisas, nem os disparates nem as calúnias - afirmou.