Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e de Cuba, Raúl Castro, fizeram nesta quinta-feira (18) declarações conjuntas pelo fim do embargo dos Estados Unidos ao país caribenho. Segundo Castro, o bloqueio, que já dura quase 50 anos, não se justifica.
"Por que o bloqueio? Para quê o bloqueio? É uma agressão a um povo que nunca atacou os Estados Unidos", disse Castro, após recepção no Palácio Itamaraty, em Brasília.
Castro contestou a política norte-americana em relação a seu país lembrando da ex-secretária de Estados dos EUA no governo Bill Clinton, Madeleine Albright, que dizia que Cuba deveria fazer "gestos políticos" para que o embargo chegasse ao fim. "Gestos de quê? Gestos para quê? Somos um país pequeno", declarou.
"Estes prisioneiros de que vocês falam. Querem que os libertemos? Eles deviam nos dizer amanhã. Vamos mandá-los com suas famílias e tudo. Devolvam-nos nossos cinco heróis. Este seria um gesto de ambas as partes", disse, em uma referência aos cinco espiões cubanos que cumprem penas nos EUA.
Lula, por sua vez, afirmou que o bloqueio econômico "não tem justificativa moral, ética, política". "Não é Cuba que tem que fazer gesto. É o governo dos Estados Unidos", afirmou.
Pouco antes do almoço no Itamaraty, o presidente chegou a dizer que defenderia a reintegração de Cuba à OEA. Ao lado de Castro, porém, Lula afirmou que Cuba não quer voltar a fazer parte da OEA, mas que a entidade devia desculpas ao país.
Lula afirmou que "na política essa palavra [desculpa] não existe", embora tenha afirmado que não teve "vergonha de ir à África pedir desculpas pelos 300 anos de escravidão no Brasil".
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