No terceiro dia de sua visita ao Brasil, o presidente de Israel, Shimon Peres, disse nesta quinta-feira (12), em São Paulo, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é "uma voz importante" no processo de paz do Oriente Médio.
"O Brasil tem hoje políticas de Estado que são respeitadas no mundo todo. A voz do presidente Lula é muito importante. Ninguém mais duvida das suas boas intenções, ninguém duvida mais do seu bom senso e eu penso que seu apelo por mais paz é importante", disse Peres após sua participação num encontro empresarial na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Durante o encontro com o presidente em Brasília, na quarta, Lula pregou a ampliação dos diálogos no Oriente Médio e defendeu a posição brasileira de conversar com o Irã.
Primeiro presidente israelense a visitar o Brasil em 40 anos, Peres também comentou sobre a vinda do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad ao país, no próximo dia 23. "Nenhuma nação tem o direito de pregar a destruição de outra", disse, ao lembrar que o líder iraniano já defendeu a destruição de Israel e também negou o Holocausto.
O líder israelense também questionou o enriquecimento de urânio em território iraniano, que o governo nega ter fins militares. "Se eles não estão produzindo uma bomba nuclear por que então investir tanto em mísseis?", disse. Peres ressaltou, no entanto, que o povo iraniano não é inimigo de Israel e que cabe ao governo brasileiro a decisão sobre manter relações com o Irã.
América Latina
Shimon Peres, que veio a São Paulo acompanhado de 40 empresários israelenses para firmar acordos de cooperação econômica e intensificar as negociações por um acordo de livre comércio com o Mercosul, disse não temer a influência do presidente venezuelano Hugo Chávez, que rompeu relações com Israel, na região.
"Eu não acredito que a Amércia Latina vá adotar a política de Hugo Chávez, mas a política do Mercosul, que é a da cooperação", disse. O israelense também ironizou o venezuelano. "Hugo Chávez é um homem especial. A propósito tem alguns aspectos em que eu concordo com ele, por exemplo, sobre a medida de não cantar no banho para evitar o desperdício de água, ele está certo. Ele também disse que a jacuzzi é antisocialista, e está certo", disse.
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