Poucos resultados econômicos, com bons ganhos políticos
Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou no fim da noite de sexta-feira nos EUA, para uma rápida - e inédita - visita à residência oficial do presidente George W. Bush em Camp David. Seu avião aterrissou na base de Andrews, em Maryland, por volta das 23h (Horário de Brasília) e Lula foi direto para Blair House, a casa de hóspedes presidencial americana. Lá, o presidente era aguardado por diversos repórteres brasileiros que fizeram uma série de perguntas sobre a greve dos controladores de vôo. Ao lado do ministro Celso Amorim, Lula limitou-se a responder: "Deixa eu chegar."
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (31), em Camp David, nos Estados Unidos, que nunca o Brasil e os EUA estiveram tão perto de um acordo nas negociações da Rodada de Doha -que prevê a eliminação dos subsídios no comércio internacional. "Nunca estive tão otimista", disse ele, ao lado do presidente norte-americano, George W. Bush.
Lula disse também que o fim dos subsídios agrícolas é fundamental para ajudar no desenvolvimento dos países pobres, combater a fome e para tornar o etanol uma commodity.
O presidente brasileiro afirmou que tem ouvido dos líderes mundiais que um acordo sobre Doha é importante não só para o Brasil e os Estados Unidos. "É uma garantia de paz para o mundo", disse. "Estamos trabalhando para que as nações menos desenvolvidas tenham mais chances."
Em referência às negociações comerciais da Rodada de Doha, Bush reiterou seu compromisso para conseguir um acordo na Organização Mundial do Comércio (OMC) e disse acreditar ser possível trabalhar junto com Lula em um acordo para tratar o Brasil "com justiça". "Tivemos bons diálogos, é importante para nos conhecermos melhor", disse. Ele também afirmou que "para aliviar a pobreza do mundo, a solução é o comércio".
Durante a coletiva de imprensa, após a reunião com Lula, Bush reconheceu a influência do Brasil sobre a América Latina. "O Brasil tem muita influência, é um país muito importante", afirmou Bush.
Esta atitude do norte-americano de ressaltar a crescente influência do Brasil no continente é vista pela comunidade internacional como mais uma tentativa de Bush de formar um núcleo anti-Hugo Chávez na América Latina.
O presidente norte-americano afirmou que as pessoas podem esperar muitas decisões importantes sobre ações para auxiliar outras partes do mundo. Como exemplo, ele afirmou que já foi escrito um memorando para erradicar a malária em São Tomé e Príncipe, no Caribe.
Segundo Bush, o século XXI é o "século da inclusão da África e da América do Sul".
Biocombustíveis
Bush lembrou a visita feita há duas semanas ao Brasil e se disse impressionado com a produção nacional de etanol. Ele afirmou ter "todo interesse" em promover a produção de biocombustíveis e trabalhar com o Brasil nesse sentido. "O aquecimento global é um problema assustador e é um dos maiores riscos do planeta", afirmou.
Lula informou que o Brasil vai sediar uma conferência internacional sobre biocombustíveis em 2008. E convidou os Estados Unidos a participar.
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