“Precisamos abandonar o velho hábito de esperar respostas de fora ou simplesmente fingir que os problemas não existem”, Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil| Foto: Maurício Lima/AFP

"Os países da América do Sul precisam cuidar da própria segurança"

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que os líderes da América do Sul precisam encontrar respostas conjuntas e coordenadas aos desafios de segurança na região. A declaração foi feita em entrevista ao jornal boliviano La Razón. Segundo ele, esta é a única maneira de superar an­­tigas diferenças que dificultam o diálogo.

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Pesquisa aponta queda na aprovação do presidente dos Estados Unidos

Em meio a crescentes temores sobre a reforma do sistema de saúde e o déficit orçamentário nos EUA, a taxa de desaprovação ao presidente Barack Obama atingiu o pior nível desde o início de sua gestão: 40% dos americanos estão insatisfeitos com as decisões que ele tem tomado para o futuro do país, segundo pesquisa do jornal Washington Post e da rede ABC, divulgada ontem.

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Brasília - Em telefonema ontem para o presidente Barack Obama, Luiz Inácio Lula da Silva pediu garantias jurídicas de que a ampliação do acordo militar entre EUA e Co­­lômbia não vá extrapolar o combate exclusivo ao narcotráfico nem significar a instalação de bases norte-americanas em território colombiano – ou seja, sul-americano.

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O mesmo pedido já fora feito por Lula ao presidente da Colôm­­bia, Alvaro Uribe, durante sua recente vinda a Brasília para explicar a extensão do acordo com os EUA, sem que ele tivesse respondido sim ou não.

Lula também recebeu ontem o ministro da Defesa, Nelson Jobim, que irá ao Equador na próxima segunda-feira e à Colômbia na terça, para conversas com ministros de sua área sobre o acordo militar EUA-Colômbia e também para tentar fazer uma ponte entre os dois países. Quito e Bogotá estão com as relações diplomáticas suspensas desde o ano passado.

Nos 30 minutos de conversa com Obama, Lula também formalizou o convite para que ele se reúna com os 12 presidentes da Amé­­rica do Sul aproveitando a abertura da Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova Iorque, de 23 a 30 de se­­tembro.

O principal tema da reunião se­­ria o acordo para que tropas americanas usem bases militares na Colômbia, que também foi central no encontro da União das Nações Sul Americanas (Unasul) em Quito, Equador, na semana passada, e será novamente na reunião do grupo em Bariloche, Ar­­gentina, no próximo dia 28. Uri­­be, que não foi à primeira, já confirmou presença na segunda.

"O presidente Lula mostrou (a Obama) que há uma sensibilidade muito grande na região, de outros países e nossa também, com a instalação das bases por conta da proximidade com a Amazônia’’, disse ontem o chanceler Celso Amo­­rim, que estava com Lula durante a conversa com Obama.

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"O presidente insistiu que haja garantias formais, juridicamente válidas, de que o equipamento e o pessoal não serão usados fora do estrito propósito declarado (no acordo), que é o combate ao narcotráfico, às Farc [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia] e ao terrorismo’’, completou Amo­­rim.

Apesar do pedido feito pelo presidente brasileiro, Obama não acenou com a possibilidade de dar garantias jurídicas e apenas disse que enviará ao Brasil um funcionário do Departamento de Estado para dar mais explicações sobre as bases militares, além das já fornecidas por outros enviados de se­­gun­­do escalão do governo dos EUA.

Obama também não confirmou a reunião com os presidentes sul-americanos, alegando que es­­tará sobrecarregado recebendo centenas de delegações de outros países para a reunião da ONU. Mas disse que vai pensar sobre o assunto.

Honduras

Sobre o golpe militar em Hon­­duras, que Lula também abordou no telefonema, Obama fez um relato de medidas adotas pelos EUA e informou que será enviada uma missão de chanceleres da Or­­ganização dos Estados Ame­­rica­­nos (OEA) a Tegucigalpa na se­­gunda-feira para discutir com o presidente golpista, Roberto Mi­­chelletti, a volta do presidente de­­posto, Manuel Zelaya.

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Nota divulgada pela Casa Bran­­ca sobre a conversa diz que os presidentes conversaram para discutir questões de interesse e preocupação mútua nos Estados Unidos e América Latina.

"O presidente (Obama) reafirmou seu compromisso com relações de longa data dos Estados Unidos na região e seu desejo de trabalhar em parceria construtiva com o Brasil e outros em todo o continente para ajudar a promover a democracia, a segurança e a prosperidade dos povos das Amé­­ricas’’, afirma a nota.

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Interatividade

Lula age corretamente ao cobrar garantias sobre bases dos EUA na Colômbia?

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