O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, fez ontem um curto e enfático discurso, de cerca de sete minutos, na Conferência do Clima em Copenhague. Lula prometeu investir US$ 160 bilhões até 2020 no combate ao aquecimento global, mas exigiu que os países desenvolvidos assumam suas responsabilidades.
"Não é uma proposta para barganhar. Outros países em desenvolvimento também apresentaram propostas ambiciosas. Mas elas só acontecerão se o fundo de ajuda para combater o aquecimento não for só uma promessa, quase uma miragem", disse o presidente.
Lula voltou a afirmar que os países em desenvolvimento não são obrigados a arcar com o custo do aquecimento global, embora devam agir.
"Esta conferência não é um jogo onde se possa esconder cartas na manga. Se ficarmos à espera do lance de nossos parceiros, podemos descobrir que é tarde demais. Todos seremos perdedores, disse. "A fragilidade de uns não pode servir de pretexto para recuo de outros.
No discurso, Lula citou o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), segundo o qual deve haver um corte entre 25% e 40% nas emissões de gases de efeito estufa até 2020 sobre 1990.
E defendeu o porcentual maior, de 40%, embora para ambientalistas seja preciso cortar 70%.
O presidente ainda reiterou a "ambição de reduzir pela metade as emissões globais até 2050 como meio de conter o aumento da temperatura do planeta a 2ºC até o fim do século.
Mas advertiu: "Esta ambição será vazia se não houver um compromisso claro de curto e médio prazo.