O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta terça-feira (6) a saída do governo interino de Honduras. "Eu acredito que há apenas uma coisa errada em Honduras: há uma pessoa na presidência que não deveria estar lá", afirmou, referindo-se ao líder do governo de facto, Roberto Micheletti. "Se ele sair, voltaremos à situação normal." Lula disse ainda que o governo de facto que tomou o poder após a deposição de Manuel Zelaya é ilegítimo.
"Se aqueles que participaram do golpe de Estado deixarem o poder e permitirem que o presidente legítimo e democraticamente eleito volte ao cargo, as eleições serão realizadas em novembro e o problema será resolvido", disse Lula em Estocolmo. O presidente está na capital sueca para se reunir com líderes da Suécia e da União Europeia (UE). A Suécia está na presidência rotativa da UE.
Lula afirmou também que o presidente deposto no dia 28 de junho, Manuel Zelaya, é um "hóspede" da Embaixada do Brasil, onde está abrigado desde seu retorno ao país, no dia 21 de setembro. Zelaya foi retirado do cargo com o apoio do Congresso hondurenho e da Suprema Corte por tentar realizar um referendo sobre uma Assembleia Constituinte. Seus oponentes o acusam de querer retirar a regra que limita os presidentes a um único mandato, o que Zelaya nega.
Soldados e policiais cercam a embaixada brasileira em Honduras, onde o presidente deposto Manuel Zelaya se abrigou no mês passado depois de retornar em segredo a Tegucigalpa num ousado desafio ao governo interino.
OEA
Nesta quarta-feira (7), dez ministros de Relações Exteriores de países-membros da Organização dos Estados Americanos (OEA) devem chegar a Honduras a fim de estimular o diálogo e ajudar a restaurar a democracia no país.