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Punição do STJD a Onaireves Moura foi severa e pode piorar ainda mais | Pedro Serápio / Gazeta do Povo
Punição do STJD a Onaireves Moura foi severa e pode piorar ainda mais| Foto: Pedro Serápio / Gazeta do Povo

Dia Mundial Sem Tabaco em Curitiba

A maioria das unidades de saúde da cidade está com programações especiais para comemorar o Dia Mundial Sem Tabaco. Na Ouvidor Pardinho, às 10 horas, haverá uma apresentação do grupo de teatro Celeiro, e às 14 horas do coral Canta Criança.

Na unidade de Santa Felicidade às 19 horas haverá uma palestra com o tema "Como ajudar seu familiar a parar de fumar". Durante todo o dia também serão realizadas orientações individuais e educativas sobre o tema.

Há duas notícias a comemorar nesta quinta-feira (31), Dia Mundial sem Tabaco, para quem não gosta de cigarro e para quem quer largar o vício do fumo mas não consegue.

A primeira é que a Organização Mundial da Saúde (OMS), órgão ligado à ONU, propôs nesta semana a proibição mundial do fumo em locais de trabalho e lugares públicos fechados. A idéia é reduzir o fumo passivo -que também pode causar doenças graves, como o câncer.

A segunda, que deve agradar aqueles fumantes que já tentaram de tudo para largar o vício, é que cientistas estão desenvolvendo vacinas antifumo. Algumas já estão sendo testadas por empresas dos Estados Unidos e da Europa. As previsões otimistas indicam que a comercialização dessas vacinas poderá ser feita na próxima década.

Proibição

A agência da ONU diz que a proibição do fumo em locais fechados reduziria a exposição de não-fumantes à fumaça -que pode provocar doenças cardiovasculares e respiratórias fatais, entre elas o câncer de pulmão.

"A evidência é clara, não há nível seguro de exposição à fumaça do tabaco", disse nesta semana a diretora-geral da OMS, Margaret Chan.

"Muitos países já agiram. Peço a todos os países que ainda não o fizeram que dêem este passo imediato e importante para proteger a saúde de todos", afirmou Margaret.

Os países participantes da Convenção-Quadro sobre o Controle do Tabaco, promovida pela OMS, devem discutir diretrizes sobre a exposição ao fumo durante uma reunião a partir de 30 de junho em Bangcoc.

Vacina

A vacina é um dos caminhos que ganham força nos dias de hoje para ajudar os fumantes que desejam largar o cigarro. As propriedades altamente viciantes do tabaco impõem um desafio quase insuportável a quem quer parar de fumar: estima-se que só 5% das pessoas que tentam largar o vício anualmente conseguem deixá-lo em definitivo.

Várias possíveis vacinas antifumo estão sendo testadas por empresas dos Estados Unidos e da Europa. Diversas delas já chegaram à fase de testes em pacientes humanos, como a NicVax, desenvolvida pelo fabricante americano Nabi Biopharmaceuticals, cujo teste clínico com duração de um ano deve terminar no mês que vem.

O conceito por trás das vacinas é exatamente o mesmo das imunizações tradicionais: fazer com que o organismo produza anticorpos que desativem um elemento estranho indesejável. Normalmente, as moléculas de nicotina, muito pequenas, não são suficientes para induzir a produção de anticorpos nas pessoas. Assim, a estratégia mais comum tem sido "grudar" na nicotina outras moléculas, capazes de estimular o sistema imunológico (de defesa) do corpo.

Com isso, a produção de anticorpos é ativada. Eles se ligam às moléculas de nicotina e impedem que elas cheguem ao cérebro. O resultado é que a sensação prazerosa ligada ao ato de fumar, produzida pela ação da nicotina em "fechaduras" químicas do cérebro, vai por água abaixo - ou pelo menos diminui significativamente, uma vez que não é possível impedir a entrada de toda e qualquer molécula de nicotina no sistema nervoso.

O objetivo principal da vacina é ajudar justamente as pessoas que estão buscando parar de fumar, mas se sentem tentadas a colocar um cigarro na boca de novo. Imagina-se que, ao fumar novamente, elas teriam uma sensação bem menos satisfatória e acabariam desistindo de vez do vício. O fato de que alguma nicotina ainda chega ao cérebro é até positivo, já que ajuda a diminuir a síndrome de abstinência que a vacina poderia causar.

No entanto, algumas discussões éticas ainda precisam ser resolvidas. Uma delas é um possível efeito indesejado da falta de nicotina: os tabagistas poderiam querer fumar quantidades colossais de tabaco para compensar a falta de passagem da molécula para o cérebro. As evidências atuais indicam que isso é improvável.

Por outro lado, fala-se em usar a vacina de forma realmente preventiva, ministrando-a a adolescentes para evitar que eles iniciem o hábito de fumar. Ainda é preciso debater como isso poderia interferir com o direito de liberdade de escolha desses jovens. A lei pelo mundo

Vários países europeus, inclusive a França, a Espanha, a Irlanda e Portugal, estão entre os que já adotaram proibições semelhantes às pretendidas agora pela OMS. As multas para os fumantes que infringem a lei chegam a até R$ 2.750. Clique aqui para ler mais sobre as medidas adotadas por esses países.

A OMS, com sede em Genebra, disse que suas recomendações se baseiam em três estudos sobre o fumo passivo, dois deles feitos nos EUA e o outro da Agência Internacional para a Pesquisa sobre Câncer.

Segundo a OMS, cerca de 200 mil trabalhadores morrem por ano devido à exposição à fumaça no trabalho, enquanto 700 milhões de crianças (cerca de metade das que existem no mundo) respiram ar poluído pela fumaça de cigarros, especialmente em suas casas.

A agência diz que o tabaco é a principal causa de mortes evitáveis no mundo. O número de fumantes continua crescendo rapidamente nos países em desenvolvimento.

Um outro relatório da OMS divulgado há duas semanas aponta que o fumo matará 8,3 milhões de pessoas em 2030, 50% mais do que hoje em dia. E 80% das vítimas serão habitantes de países de renda média e baixa, segundo dados do relatório de Estatística Sanitária Mundial 2007, da própria OMS.

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