A Macedônia declarou nesta quinta-feira estado de emergência e enviou as Forças Armadas para a fronteira com a Grécia na tentativa de conter a chegada de milhares de imigrantes, informou o governo. As autoridades ressaltaram que as travessias ainda estão liberadas, mas que iria “reduzir a entrada ilegal ao mínimo”. O porta-voz do o ministério do Interior, Ivo Kotevski, afirmou esperar que a participação do Exército sirva para aumentar a segurança das regiões, dos cidadãos e dos recém chegados.
“Não podemos fechar hermeticamente as fronteiras”, disse Kotevski à Reuters, ressaltando que não há coordenação entre a polícia grega e macedônios. “(Mas) vamos tentar reduzir a entrada ilegal da fronteira ao mínimo”.
Nos últimos dias, milhares de imigrantes chegaram ao Sul do país, na cidade de Gevgelija, na fronteira com a Grécia. O fluxo dos refugiados na cidade atingiu números impressionantes, entre 1.500 a 2.000 por dia, mas nos últimos dias foi interrompido. A repressão ocorreu depois de dias de cenas caóticas na estação ferroviária local, com milhares tentando embarcar em trens para a Sérvia, a partir de onde pretendem seguir para o Centro e Norte da Europa.
O governo macedônio também instalou um gabinete de crise para traçar um plano de ação que permita gerir o enorme fluxo de imigrantes. Segundo as autoridades, más de 40.000 clandestinos chegaram ao país nos últimos dois meses. Enquanto as fronteiras estão fechadas, de acordo com a imprensa local, grupos de mulheres, homens e crianças resistem nas altas temperaturas sem ter abrigo nem acesso a serviços básicos.
“Devido à crescente pressão na fronteira do Sul, se estimou que é necessário implantar controles mais amplos e eficientes na zona fronteiriça, onde foram detectadas entradas massivas de pessoas procedentes da Grécia”, informou o governo em um comunicado.
Na quarta-feira, o governo alertou para a situação “alarmante” do país e pediu aos Estados vizinhos que enviassem vagões vazios para transportar os refugiados para o Norte, já que não havia trens suficientes. No entanto, a agência de refugiados das Nações Unidas pediu para o governo fazer mais, ressaltando que é necessário um local para acomodar os imigrantes.
Os refugiados são em sua maioria cidadãos da Síria, Somália, Paquistão, Afeganistão e Iraque, que fogem da pobreza, perseguições e conflitos em seus países.