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A Alemanha espera receber 750 mil pedidos de asilo este ano, afirmou um jornal de negócios citando fontes do governo, um aumento em relação à estimativa de 450 mil pedidos, e algumas cidades alertam que já não conseguem lidar com o influxo e que a hostilidade com os migrantes está aumentando em algumas áreas.

O acréscimo levou o tema dos postulantes a asilo ao topo da pauta política do país. A chanceler alemã, Angela Merkel, tem tentado apaziguar o temor de alguns eleitores de que os migrantes irão drenar o dinheiro dos contribuintes e tirar seus empregos. O número de ataques a abrigos de refugiados disparou este ano.

Tanto Merkel quanto o presidente alemão, Joachim Gauck, fizeram um apelo para os alemães conterem a intolerância e a hostilidade contra estrangeiros.

O Ministério do Interior não quis comentar as cifras relatadas pelo jornal Handelsblatt, mas deve divulgar suas previsões mais atualizadas nesta semana. Sua estimativa anterior de pedidos de asilo em 2015 já era o dobro daquelas registradas em 2014.

A Alemanha é o principal destino dos postulantes a asilo na União Europeia, que vem sobrecarregada pela chegada de refugiados em fuga da pobreza e das guerras em países como Síria, Iraque e Eritreia.

Também há um grande fluxo de postulantes a asilo de nações dos Balcãs. Quase metade dos refugiados que chegaram ao solo alemão na primeira metade do ano são oriundos do leste da Europa.

Além de uma falta de acomodações para refugiados em cidades como Berlim, Munique e Hamburgo, a Alemanha também luta para processar os pedidos, que podem levar mais de um ano. Há tempos Merkel vem dizendo que a ação precisa ser acelerada.

Nesta terça-feira (18) o Ministério das Finanças alemão destacou 50 funcionários da alfândega para o Escritório Nacional para Migração e Refugiados durante seis meses para dar conta do atraso nos processos.

O alto comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para os refugiados, Antonio Guterres, declarou ao diário alemão Die Welt que Alemanha e Suécia - o segundo país mais acolhedor da UE para os refugiados - estão arcando com uma parte grande demais do fardo.

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