O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou hoje (12) que convocará uma Conferência Nacional de Segurança para estabelecer medidas especiais e "contundentes" contra ações desestabilizadoras, referindo-se aos atos de vandalismo, violência e manutenção de barricadas por manifestantes.

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O presidente lamentou a morte de um guarda e de um civil no estado de Carabobo, segundo ele, por franco-atiradores, mas a imprensa local registra três mortes. "O jovem capitão da Guarda Nacional Bolivariana, Bracho Bravo, foi ferido por um franco-atirador fascista assim como um jovem que estava participando de uma manifestação, que também foi ferido por uma bala", disse Maduro em discurso a jovens que foram até o palácio de Miraflores para apoiar o governo. Um homem de meia-idade também morreu durante os confrontos, mas ainda não foi confirmado pelo governo. O total de mortos chega a 25.

Maduro também contou que além das mortes, dois militares foram feridos devido aos disparos. "Não vou permitir que ninguém me chantageie e sancionarei a quem eu tiver de sancionar", declarou. O presidente informou que o governador de Carabobo denunciou que grupos de extrema-direita pretendem isolar a principal zona portuária do país, no município de Puerto Cabello.

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"Temos que esclarecer e informar a coletividade de que isso se trata de um plano para isolar o principal porto do país e nos privar de alimentos", denunciou. Após duas semanas de diálogos, sem a participação de todos os setores de oposição, alguns estados e regiões de Caracas mantém protestos contra o governo e os bloqueios em vias.

As chamadas guarimbas dividem os próprios opositores e estudantes. Alguns são contrários à manutenção dos bloqueios, outros acreditam que este é um "caminho" para protestar contra o governo. Mas independentemente da defesa ou não do mecanismo, as barricadas prejudicam o cotidiano de locomoção da população e impossibilitam a passagem de ambulâncias e caminhões de transporte de alimentos e de medicamentos. A Agência Venezuelana de Notícias informou ontem (11), por exemplo, que um caminhão com alimentos foi queimado por um grupo violento.

Em Caracas, na semana passada, um mototaxista e um guarda que estavam retirando escombros de uma barricada para desobstruir uma avenida foram mortos por disparos vindos de um prédio. Além desses casos,a Agência Brasil conversou com moradores da cidade e do estado de Táchira que confirmaram que há incidentes de "hostilidade" contra quem tenta retirar as barreiras.

O taxista Germán Jáimez contou que em Ureña, cidade venezuelana próxima à fronteira colombiana, os moradores têm dificuldades de sair para trabalhar ou de voltar para casa à noite, devido aos bloqueios. "E se a gente vai tentar tirar para passar o carro, jogam pedras ou atiram para cima", disse.

O taxista disse acreditar que, no caso de Táchira, as guarimbas são colocadas por grupos criminosos, gangues comuns. "Eu acho que querem tocar o terror. Não são estudantes", diz. No estado, o governo diz que as barricadas são feitas por jovens de extrema direita. Em Caracas, a Agência Brasil encontrou jovens "construindo" uma barreira, alguns encapuzados, outros mostrando o rosto. "Estamos fazendo isso para nos proteger da repressão da Guarda Nacional, que não nos deixa protestar", disse um manifestante.

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