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O candidato governista Nicolás Maduro ganhou a eleição presidencial de domingo (14) na Venezuela com 50,66% dos votos, anunciou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) na madrugada desta segunda-feira (15), permitindo que ele dê continuidade às políticas socialistas de Hugo Chávez.
O herdeiro político de Chávez, morto em 5 de março, venceu por uma diferença mínima de pouco mais de 200 mil votos, um resultado que, de acordo com o CNE, é irreversível. Chávez conseguiu uma vantagem superior a 1,5 milhão de votos quando foi reeleito em outubro.
O candidato opositor Henrique Capriles, governador do Estado de Miranda, recebeu 49,07% dos votos, afirmou a autoridade eleitoral. A participação dos eleitores foi próxima de 80 por cento, com quase a totalidade das urnas apuradas.
Chávez, que governou a Venezuela por 14 anos, designou Maduro como seu herdeiro político em seu último discurso à nação, na véspera de sua viagem a Cuba para uma nova cirurgia contra o câncer.
Ele deu a seu ex-vice-presidente e chanceler uma grande vantagem, mas Capriles conseguiu diminuir a diferença nos últimos dias da campanha eleitoral e o resultado foi mais apertado do que muitos esperavam.
"Estou aqui para assumir a minha responsabilidade com coragem. A luta continua!", disse Maduro, de 50 anos, em seu discurso de vitória.
Maduro garantiu ter recebido uma ligação de Capriles para fazer um pacto e esperar uma análise detalhada da situação antes de anunciar o resultado eleitoral, o que ele não aceitou.
"(Os opositores) querem fazer uma auditoria. Bem-vinda a auditoria (dos resultados)!", disse Maduro no palácio presidencial de Miraflores.
Não havia uma reação imediata de Capriles, que no domingo denunciou um plano para tentar mudar o resultado da eleição. "Alertamos ao país e ao mundo a (existência de uma) intenção de querer mudar a vontade expressa pelo povo!", disse o candidato em mensagem na rede social que foi confirmada por sua equipe de campanha.
Capriles, de 40 anos, argumentou que os eleitores estavam cansados das políticas divisoras da era Chávez e prometeu tratar de preocupações diárias do venezuelanos, como o crime e a elevada inflação.
Milhares de seguidores do chavismo comemoravam nos arredores do palácio de Miraflores, cantando, dançando e disparando fogos de artifício, mas longe do ambiente festivo que se vivia a essas horas em 7 de outubro, quando Chávez foi reeleito.
Por outro lado, nas ruas do leste de Caracas, reduto da oposição, as pessoas promoviam um panelaço para demonstrar sua desaprovação.
"Paz, paz e paz", solicitou Maduro, ex-motorista de ônibus, pedindo para que as pessoas não caíssem em provocações nem provocassem os adversários.
Foi a primeira eleição presidencial sem Chávez em duas décadas.