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Venezuela

Maduro quer que Colômbia e EUA extraditem acusados de suposto atentado contra ele

Maduro segura folha com imagens de acusados de estarem envolvidos na suposta tentativa  de matâ-lo, no sábado | AFP/PRESIDENCIA VENEZUELA
Maduro segura folha com imagens de acusados de estarem envolvidos na suposta tentativa  de matâ-lo, no sábado (Foto: AFP/PRESIDENCIA VENEZUELA)

A Suprema Corte da Venezuela ordenou nesta quarta-feira, a prisão do líder de oposição, Julio Borges, por supostamente planejar o assassinato do presidente Nicolas Maduro com drones explosivos no fim de semana. Ex-presidente do Congresso, Borges vive no exílio na Colômbia e foi acusado de "crimes flagrantes", incluindo incitação pública, traição à pátria e tentativa de homicídio contra Maduro. 

Além da prisão de Julio Borges, o tribunal também pediu a prisão de outro parlamentar, Juan Requesens, que a polícia deteve no dia anterior. A oposição diz que ele foi sequestrado em seu apartamento. 

As medidas ameaçam aprofundar a crise política do país, na medida em que os parlamentares contrários ao governo de Maduro o acusam de usar o suposto ataque para reprimir mais seus opositores. 

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Em uma transmissão em cadeia nacional na terça-feira, 7, Maduro acusou Requesens e Borges de cumplicidade nas explosões de drones que ele alega serem um atentado contra sua vida. Maduro afirmou que confissões de alguns dos seis suspeitos presos anteriormente envolveram os dois legisladores, assim como os principais financiadores do ataque. O presidente também mostrou cartazes com nomes e fotos de outros suspeitos que, segundo ele, moram nos Estados Unidos e na Colômbia. 

"Eu quero explicar ao governo dos Estados Unidos e da Colômbia todas as evidências que nos levam aos cúmplices ... que vivem no estado da Flórida", disse Maduro. "Eu confio na boa fé de Donald Trump."  Maduro disse que fornecerá evidências às autoridades dos dois países e pedirá sua cooperação para entregar suspeitos que ajudaram a orquestrar e financiar o ataque. 

Suposto plano

Maduro disse que 11 "assassinos de aluguel" foram treinados na Colômbia e receberam US$ 50 milhões para matá-lo como parte do suposto ataque frustrado de sábado, quando dois drones foram detonados durante uma parada militar. Militares ficaram feridos, mas o presidente escapou ileso.

Segundo o ditador, os suspeitos estavam planejando um ataque para o dia 5, que teria sido adiado porque os dois drones não tinham chegado. Ele acrescentou dizendo que os agressores acompanharam suas aparições públicas e foram informados de que poderiam ir para os EUA. 

 "Eu vi a morte no rosto e disse: esta não é a sua hora ainda, esta é a hora da vida", disse Maduro durante o discurso, mostrando uniformes militares ensanguentados, alguns perfurados por estilhaços. "Tenho certeza de que esses assassinos receberão as mais severas punições."

Oposição 

Imediatamente após as explosões, críticos do governo socialista de Maduro disseram temer que Maduro usasse o incidente como uma desculpa para prender os oponentes enquanto tenta atenuar o descontentamento crescente com o devastador colapso econômico da Venezuela. 

O opositor e vice-presidente da Assembleia Nacional, Julio Cesar Reyes, afirmou que apenas a Suprema Corte de Justiça tem autoridade para ordenar a prisão de um deputado, com a aprovação do Congresso. "Nossa constituição é clara." 

O Departamento de Estado dos EUA não comentou sobre nenhum pedido de extradição feito pela Venezuela nesta quarta-feira.

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