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San Cristóbal, capital do estado de Táchira, amanheceu nesta quinta-feira (20) com 600 soldados em suas ruas e sem internet, segundo o prefeito Daniel Ceballos. Na véspera, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, decidira suspender a permissão para porte de armas, ordenar a militarização das vias de acesso à capital e enviar reforços da Guarda Nacional à região, fronteira com a Colômbia. Numa rede nacional de rádio e TV, Maduro advertiu ainda que estava preparado para enviar tanques e decretar estado de exceção no local se fosse necessário.

Segundo o ministro do Interior e Justiça, Miguel Rodriguez Torres, a população de San Cristóbal estaria submetida a uma espécie de toque de recolher, devido aos protestos que se repetem diariamente e que na quarta-feira bloquearam uma ponte que liga Táchira a Cúcuta, na Colômbia.

O governo acusa o o opositor Daniel Ceballos de estimular os protestos e contribuir para o caos que ocorre na cidade. A prefeitura não estaria recolhendo o lixo, que é usado para fazer fogueiras e fechar ruas. Segundo Maduro, a oposição quer tornar Táchira na "Bengasi da Venezuela".

"Não vamos permitir isso. Defenderemos Táchira com nossa própria vida se necessário", disse o presidente.

Para o prefeito, o estado de exceção já vigora, de forma informal.

"Declararam um estado de exceção de fato. Coincidência vir o ministro de Relações Exteriore e suspender a internet e trazer um batalhão de 606 soldados para repelir cidadãos que protestam como em Mérida e Trujillo. Por que não adotam medidas iguais em outros estados? Por que o governo castiga Táchira?", indagou o prefeito.

San Cristóbal foi uma das primeiras cidades onde começaram as manifestações, que incluíram ataques à casa do governador José Gregorio Vielma Mora, que apoia o governo. a prisão de três estudantes, levados a um presídio estadual, se tornou combustível para mais manifestações.

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