Com seu testemunho contra a venda indiscriminada de armas, Christine Leinonen, mãe de um jovem morto na tragédia ocorrida há um mês em uma boate em Orlando, na Flórida, levou às lágrimas o público presente na Convenção Nacional Democrata nesta quarta-feira (27).
“Felizmente, havia leis com bom senso sobre armas, quando meu filho Christopher nasceu. Mas onde estava esse bom senso no dia em que ele morreu?”, disse Leinonen, em um discurso que paralisou a convenção na Filadélfia.
“Não quero que vocês se façam essa mesma pergunta sobre seus próprios filhos”, acrescentou Leinonen, com a voz embargada.
O discurso de Leinonen foi acompanhado de um silêncio quase absoluto no miniestádio Wells Fargo Center, onde milhares de delegados democratas esperam o discurso do presidente Barack Obama em apoio à candidatura de Hillary.
Leinonen disse que seu filho Christopher “era um grande admirador de Hillary”. “É a razão, pela qual estou aqui”, justificou.
Em sua fala, Leinonen lembrou que leva “cinco minutos para que o sino de uma igreja toque 49 vezes”, referindo-se à homenagem às 49 vítimas de Orlando. A arma usada na tragédia era capaz de disparar 30 projéteis em um minuto, o que essa mãe emocionada definiu como uma “matemática terrível”.
“Um minuto para que uma arma dispare tantas balas, e cinco minutos de baladas para homenagear tantas vidas”, lamentou.
No palco, Leinonen estava acompanhada de dois amigos de seu filho, Brandon Wolf e José Arraigada. Ambos sobreviveram ao ataque.
Nesse terceiro e penúltimo dia de Convenção Democrata, também participaram sobreviventes e familiares de vítimas de ataques similares, como o ocorrido na escola primária de Sandy Hook, em Newtown, Connecticut, em 2012, e na Igreja Africana Metodista Episcopal Mother Emanuel, em Charleston, em 2015.
Também esteve presente a ex-congressista Gabby Giffords, que em 2011 levou um tiro na cabeça durante um corpo a corpo com eleitores. Ela sobreviveu com graves sequelas.
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