A maioria dos civis seqüestrados, nesta terça-feira, do prédio do Ministério da Educação Superior do Iraque, foi libertada em operações realizadas por forças de segurança em Bagdá, informou o Ministério do Interior iraquiano, segundo a rede de TV americana CNN.
Nesta terça-feira, dezenas de homens armados vestidos como policiais iraquianos raptaram cerca de cem pessoas de um prédio do governo, na região central de Bagdá, realizando o que poderia ser o maior seqüestro da cidade, palco frequente de atos violentos.
Segundo o ministro da Educação Superior do Iraque, Abed Dhiyab al-Ajili, tratou-se de uma operação bem planejada e realizada em, no máximo, 15 minutos. As mulheres foram separadas dos homens e trancadas em um quarto depois de seus celulares terem sido confiscados pelos agressores, que se dirigiram para o bairro de Karrada com os reféns.
Uma testemunha que trabalha no Ministério da Educação Superior, mas que não estava no interior do prédio no momento do seqüestro, disse à agência Reuters ter visto os supostos policiais verificando os documentos dos reféns no estacionamento do prédio público. Segundo a fonte, que pediu anonimato, apenas os de orientação sunita teriam sido levados pelos seqüestradores. Os xiitas teriam sido poupados.
- Eles estavam verificando os documentos das pessoas em um estacionamento. Eles pegaram apenas os funcionários sunitas. Eles até levaram o homem encarregado de servir chá - afirmou a testemunha, que é sunita. - Eles os colocaram dentro de caminhonetes. Nesse meio-tempo, vi policiais observando a cena, sem fazer nada.
Autoridades importantes, que tentam minimizar as tensões sectárias no país, insistiram no fato de que homens das duas facções haviam sido levados.Mulher chora a morte de parente em episódio violento -
- Trata-se de um ato terrorista. Eles seqüestraram mais de cem funcionários e visitantes - afirmou Abed Dhiya, que é membro do maior bloco político sunita do país.
Segundo ele, os agressores dirigiram-se para o leste (para uma área xiita de Bagdá), seguidos por carros da polícia que teriam, mais tarde, perdido a trilha dos criminosos.
- As informações que temos dão conta de que essa área está cheia de policiais e de postos de controle do Ministério de Defesa. E sabemos que os veículos da polícia seguiram os sequestradores até certo ponto. Depois disso, não sabemos o que aconteceu - disse Dhiya.
- Todas as forças do Ministério do Interior estão em alerta, à procura do grupo. Não sabemos se trata de terroristas, milicianos ou até mesmo de forças do governo - afirmou o brigadeiro Abdul Kareem Khalaf, porta-voz do ministério.
O Ministério do Interior negou várias vezes ter ligações com milícias xiitas acusadas por sunitas e pelos EUA de montar esquadrões da morte e células de agentes para a realização de sequestros.
Paralelamente ao seqüestro em massa ocorrido no Ministério da Educação Superior do Iraque, três explosões teriam provocado pelo menos 14 mortes e deixaram dezenas de feridos no país, segundo a polícia local.
Em outro incidente violento, forças americanas teriam matado pelo menos seis pessoas e ferido outras 30 em um bairro xiita de Bagdá e no reduto sunita de Ramadi. Os militares dos EUA não quiseram se manifestar sobre a informação.
A persistente onda de violência fez aumentar a pressão sobre o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, a fim de convencê-lo a reprimir as milícias, algumas das quais mantêm ligações com políticos xiitas aliados dele.Homem chora a morte de parente em explosão de carro-bomba em Bagdá - EFE
O presidente dos EUA, George W. Bush, também afirmou estar aberto a "novas perspectivas'' a fim de conter a violência no Iraque. As declarações dele foram dadas depois de o Partido Republicano ter perdido o controle do Congresso para o Partido Democrata, na semana passada.
O resultado das urnas refletiu, em parte, a insatisfação dos eleitores americanos com a situação do Iraque.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”