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PRIMÁRIAS NA ARGENTINA

Mais da metade dos argentinos já votaram em primárias

Eleitores esperam na fila para votar nas eleições primárias em um posto de votação em uma escola pública de Buenos Aires | Enrique Marcarian/Reuters
Eleitores esperam na fila para votar nas eleições primárias em um posto de votação em uma escola pública de Buenos Aires (Foto: Enrique Marcarian/Reuters)
A presidente argentina, Cristina Kirchner, sorri depois de lançar seu voto na cidade de Rio Gallego, na Patagônia |

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A presidente argentina, Cristina Kirchner, sorri depois de lançar seu voto na cidade de Rio Gallego, na Patagônia

Cerca de 50% dos eleitores argentinos já votaram nas eleições primárias obrigatórias dos partidos políticos, realizadas neste domingo, dia 11. As urnas abriram às 8 horas e serão encerradas às 18 horas (horário de Brasília). Os argentinos escolhem os candidatos que vão concorrer a 127 vagas (metade) na Câmara dos Deputados e 24 (um terço) no Senado, representantes de oito províncias, em eleições no dia 27 de outubro. São mais de 90 mil mesas eleitorais e 30,530 milhões de argentinos aptos a votar.

O número representa 5,8% a mais que nas últimas eleições, em 2011, com a novidade da inclusão do voto jovem de 16 e 17 anos. Pela primeira vez, 592.344 mil jovens terão direito ao voto, mas não são obrigados a comparecer às urnas. Os menores habilitados a votar representam 1,9% do total de eleitores no país. "O ato cívico se desenvolve com absoluta normalidade e alto grau de comparecimento", afirmou o ministro do Interior e de Transportes Florencio Randazzo, encarregado pela coordenação das eleições. Na Argentina não é a Justiça eleitoral que se encarrega dos pleitos, mas o Executivo.

Para o chefe de Gabinete da Presidência, equivalente ao Gabinete Civil, Juan Manuel Abal Medina, "as eleições primárias são um recorde em democracia". Segundo ele, o sistema obrigatório de voto tem sido muito "eficiente". Os candidatos votaram cedo na província de Buenos Aires, o maior colégio eleitoral do país, com o peso de definir eleições presidenciais. As primárias indicarão o cenário das eleições de outubro, que começarão a delinear o mapa político dos últimos dois anos de mandato de Cristina Kirchner e de seu futuro político.

O resultado será uma prévia de como ficará composto o Congresso a partir de dezembro e um sinal de como estarão posicionadas as forças governistas e as opositoras para as eleições presidenciais de 2015, quando expira o segundo mandato de Cristina. Sem um herdeiro político definido e com seus seguidores desejosos de reter o poder nas mãos de Cristina, o governo busca obter maioria qualificada para poder dar impulso a uma reforma constitucional para habilitá-la a um terceiro mandato.

Para tanto, Cristina precisa ampliar a atual bancada de 135 deputados para 172 e a de senadores de 38 para 48. Os assentos que serão renovados foram eleitos em 2009, ano que o kirchnerismo sofreu sua única derrota eleitoral em 10 anos. As pesquisas de opinião mostram que o governo pode aumentar sua base no Congresso, mas todos eles descartam uma maioria qualificada. As atenções destas primárias estão colocadas sobre a disputa entre dois prefeitos da província de Buenos Aires, que lideram duas listas diferentes de candidatos a deputado: o candidato opositor da Frente Renovadora, Sergio Massa, e o governista Martín Insaurralde, da Frente pela Vitória (FPV).

Conforme última pesquisa realizada pela consultoria Poliarquía, Massa tem uma intenção de votos de 32,8%, seguido por Insaurralde com 30,1%. Os demais opositores estão concentrados em seis alianças e os melhores posicionados aparecem bem distantes.

Francisco de Narváez/Frente Unidos pela Liberdade tem 13,2% e Margarita Stolbizer/Frente Cívico, 12,9%. O restante está pulverizado entre outros candidatos e indecisos, com 4,5% e 6,5% respectivamente. A pesquisa foi realizada nas grandes capitais com um universo de mil casos. Segundo o ministro Randazzo, o resultado das eleições deverá ser divulgado após às 21 horas.

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