Oito oficiais do Exército líbio apareceram em Roma na segunda-feira, dizendo que faziam parte de um grupo de até 120 oficiais militares e soldados que desertaram do governo de Muamar Kadafi nos últimos dias.
Os oito oficiais - cinco generais, dois coronéis e um major - falaram em uma entrevista à imprensa organizada pelo governo italiano, que é um dos poucos países que reconhecem o movimento rebelde líbio como o legítimo representante do povo da Líbia.
O embaixador da Líbia na ONU, Abdurrahman Shalgam, que também desertou, disse que todos os 120 militares estão fora da Líbia, mas não revelou onde estavam.
Antes, a televisão Al Arabiya havia informado que 120 oficiais líbios tinham chegado à Roma. O embaixador da Líbia em Roma, que também desertou, disse que apenas os oito presentes na entrevista à imprensa convocada às pressas estavam na capital italiana.
Os oito oficiais disseram que desertaram em protesto às ações de Kadafi contra seu próprio povo, dizendo que houve uma série de assassinatos de civis e violência contra mulheres.
Eles disseram que a campanha das Forças Armadas de Kadafi contra os rebeldes estava se enfraquecendo rapidamente.
O ativista de oposição da Líbia e editor Ashour Shamis, que mora na Grã-Bretanha, disse que tinha conhecimento de relatos de fontes da oposição de que oito altos oficiais da Líbia, incluindo quatro generais, tinham desertado e fugido para Roma.
"Isso vai gerar um ímpeto contra Gaddafi, aumentando a pressão sobre ele", afirmou. Ele disse que não tinha informações sobre a deserção de cerca de cem oficiais.
Noman Benotman, outro ativista da oposição, que trabalha como analista da entidade de estudos Quilliam Foundation, da Grã-Bretanha, disse que tinha ouvido falar que muitos oficiais tinham desertado, mas não entrou em detalhes.
Cada uma das deserções individuais foi o resultado de uma combinação de fatores, disse ele. O grupo mais recente foi estimulado em grande parte pelas tensões decorrentes da nomeação de recém-chegados a cargos de comando dos serviços de segurança.
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