Uma manifestação, convocada por um leque de organizações hispânicas, religiosas e sindicais, reuniu mais de 100 mil pessoas ontem, em Washington, para exigir do governo a reforma migratória prometida pelo presidente Barack Obama durante a campanha eleitoral. A passeata saiu de frente da Casa Branca e seguiu até o Congresso.

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"A hora é esta, justiça", "Oba­­ma, não deixe a reforma para amanhã", gritava a multidão. "Já esperamos muito tempo, fomos pacientes, mas já é hora de tirar os imigrantes das sombras", disse aos manifestantes o legislador democrata Luis Gutiérrez, que apresentou no ano passado o projeto de reforma migratória à Câmara de Representantes.

O senador democrata Robert Menendez lembrou que há uma semana o grupo de legisladores hispânicos se reuniu com Obama para dizer que após a reforma da saúde, a questão migratória deve ser a prioridade. Menendez prevê uma "batalha feroz" no Congresso sobre a reforma migratória, após o fracasso de iniciativas similares em 2006 e 2007.

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O líder do Sindicato Interna­­cional de Empregados de Servi­­ços (SEIU), Eliseo Medina, advertiu que os políticos terão uma resposta dos imigrantes nas ur­­nas nas próximas eleições legislativas, em novembro: "Se têm medo e não se movem, vão pagar o preço".

A importância do voto dos hispânicos, a principal minoria nos Estados Unidos, ficou bem clara nas eleições de 2008, quando um recorde de 10 milhões de latinos foi às urnas e 67% apoiaram Ba­­rack Obama.

Compromisso

Durante o protesto, Obama se comprometeu a fazer todos os esforços para conseguir a reforma migratória ainda "este ano". Em mensagem de vídeo aos ma­­nifestantes, transmitida nos te­­lões instaladas no parque Natio­­nal Mall no centro da capital americana, Obama assegurou: "Sem­­pre prometi a vocês ser seu aliado enquanto nos esforçamos em re­­gular nosso sistema quebrado de imigração, e esse é um compromisso que reitero hoje".

A mensagem de Obama surpreendeu a maioria dos manifestantes presentes, que receberam a imagem do presiden­­te nos te­­lões com fortes aplausos e gritos de "Yes, we can" ("Sim, nós po­­de­­mos"), slogan do pre­­si­­den­­te du­­rante sua campanha elei­­toral em 2008.

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