Mais de 250 mil pessoas fugiram da Líbia rumo a países vizinhos desde o início da revolta popular contra o regime do ditador Muamar Kadafi em meados de fevereiro, disse nesta quinta-feira (10) a ONU.
Mais de 137.400 cruzaram a fronteira com a Tunísia, 107.500 com o Egito, 5.400 com a Argélia e 2.200 com a Nigéria, segundo um porta-voz da coordenação humanitária da ONU, que não quis se identificar.
Muitos refugiados estão em acampamentos nas regiões fronteiriças.
Em Choucha, na fronteira com a Tunísia, o Programa Mundial de Alimentos e o Crescente Vermelho fornecem alimentação diária a 7.000 pessoas, e a cifra dobrará nos próximos dias, disse o porta-voz.
Há pouca informação sobre a situação humanitária em áreas da Líbia controlada pelas forças de Muamar Kadafi, como a capital, Trípoli, mas o porta-voz disse que três quartos do país permanecem isolados de assistência humanitária.
A repressão do regime de Kadafi aos rebeldes já deixaram milhares de mortos e muitos feridos. A Cruz Vermelha, mais cedo, afirmou que o país já vive uma situação de guerra civil.
"As necessidades de saúde são uma grande preocupação, particularmente em momentos em que estamos recebendo relatórios de fechamento de hospitais quando as pessoas mais precisam de atenção médica. Necessitamos de enfermeiras, e os civis feridos precisam chegar a essas instalações", disse o funcionário.
Os Estados Unidos prometeram desbloquear outros US$ 17 milhões para ajudar os refugiados que escapam dos distúrbios na Líbia, e informaram que em breve enviarão equipes de ajuda humanitária à zona leste do país, dominada pela oposição.
Mas o filho de Kadafi disse nesta quinta-feira que a vitória estava à vista sobre os rebeldes que combatem contra o regime de seu pai, depois que forças leais recuperaram dois locais-chave e enquanto as potências ocidentais estudam como lidar com a guerra civil.