Um número recorde de americanos está pessimista sobre o Iraque, acreditando que a guerra foi um erro, de acordo com pesquisa de opinião da rede "CBS News" com o jornal "New York Times", divulgada na quinta-feira (24) à noite.
Segundo a enquete, 76% dos americanos acham que a guerra vai mal, um aumento de 10 pontos percentuais em relação há um mês.
Além disso, 61% disseram que os Estados Unidos deveriam ter ficado fora do Iraque, enquanto apenas 35% avaliam que a invasão foi uma decisão acertada.
Quase metade (47%) declarou que a guerra está caminhando muito mal, e somente 20% acreditam que o recente aumento das tropas fará diferença.
A sondagem mostrou também que 72% declararam que os EUA estão indo pelo "caminho equivocado", o maior percentual já registrado desde que os entrevistadores da "CBS" e do "New York Times" formularam esta pergunta pela primeira vez, em 1983.
Seis em cada 10 americanos querem um cronograma para a retirada das tropas do Iraque, tema excluído do projeto de orçamento para a guerra aprovado pelo Congresso nesta quinta-feira e enviado ao presidente George W. Bush.
A pesquisa situou a popularidade de Bush em 30%, dois pontos a mais do que em janeiro, quando foi de 28%.
A guerra está perdendo apoio também entre os colegas republicanos de Bush, com 52% dizendo que é no mínimo "um tanto ruim", o que significou uma alta de 16 pontos desde meados de abril.
A enquete foi feita por telefone com 1.125 pessoas, entre 18 e 23 de maio. Sua margem de erro é de três pontos para mais ou para menos.
Verão sangrento
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, previu também na quinta um verão sangrento para tropas americanas e civis no Iraque, dizendo esperar que insurgentes e a al-Qaeda ampliem seus ataques para tentar influenciar o debate sobre até quando os EUA vão manter a ocupação militar.
Apesar do acréscimo de dezenas de milhares de soldados dos EUA e do Iraque, como parte de uma ofensiva de segurança em Bagdá e outras áreas, a violência prossegue.
Bush disse esperar "pesados combates nas semanas e meses" pela frente. "O que eles vão tentar fazer é matar o máximo de inocentes que eles puderem para tentar influenciar o debate aqui (nos EUA)", afirmou.
Questionado em entrevista coletiva na quinta-feira nos jardins da Casa Branca sobre quanto tempo seria possível manter sua estratégia sem progressos significativos, Bush lembrou que o comandante dos EUA no Iraque, general David Petraeus, deve apresentar na segunda quinzena de setembro um relatório sobre os efeitos da atual operação.
O secretário de Defesa Robert Gates disse posteriormente prever mais violência nos próximos três meses devido ao que ele qualificou de "inimigo inteligente, ágil e que pensa".
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