Mais de 1.200 tunisianos se manifestaram neste sábado (18) na capital do país contra o extremismo religioso e em protesto pela visita esta semana do pregador egípcio Wajdi Ghenim, que faz apologia da mutilação genital feminina.

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Pessoas de todas as idades se congregaram na frente das portas da Assembleia Nacional Constituinte do Bardo, convocadas por dez organizações da sociedade civil, segundo constatou a Agência Efe.

A presidente da ONG "24 de Outubro", Olga Layimi, expressou à Efe sua insatisfação pela visita de Ghenim, que "durante toda a semana defendeu a poligamia e a aplicação da lei islâmica (sharia), fazendo apologia da mutilação genital feminina, com o consentimento das autoridades".

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Outras ONGs pediram que os deputados fixem uma data para a realização de eleições e "medidas concretas, econômicas e sociais, para os desempregados e pobres" do país. A concentração, que durou cerca de três horas, transcorreu sem incidentes.

Um grupo de advogados e personalidades independentes denunciou na justiça o pregador egípcio e as associações islamitas que organizaram sua visita por "utilização das mesquitas com fins políticos".

Na sexta-feira, manifestações de centenas de salafistas que pediam "a aplicação da lei islâmica" e apoiavam a visita do pregador egípcio foram dispersadas pela Polícia com gás lacrimogêneo.

Sobre o incidente, o Ministério do Interior tunisiano lembrou em comunicado "a obrigação de informar às autoridades 72 horas antes das manifestações legítimas e respeitar o itinerário traçado para permitir tomar todas as medidas de segurança necessárias de proteção dos manifestantes e garantir os bens públicos e privados".

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