O responsável pela prisão onde Josef Fritzl continuará detido até ser levado para uma unidade hospitalar de outra penitenciária disse, nesta sexta-feira (20), que o chamado "monstro de Amstetten" aguentou "bem" e com "certo alívio" sua primeira noite após ter sido condenado à prisão perpétua. Segundo Erich Huber-Günsthofer, Fritzl está sendo vigiado de forma mais estreita como medida cautelar, e conta o tempo todo com acompanhamento psiquiátrico, para evitar que tente se suicidar.
O responsável pela prisão falou pessoalmente com Fritzl e assegurou que, apesar de uma sentença assim sempre representar "uma carga", percebeu "alívio" por parte do condenado. Considerado culpado pelas seis acusações feitas contra ele, o engenheiro austríaco de 73 anos foi sentenciado à prisão perpétua por homicídio por não ter prestado auxílio a um dos sete filhos que teve com sua filha Elisabeth, mantida presa em um porão e estuprada repetidas vezes por ele durante 24 anos.
Elisabeth Fritzl afirmou, por meio de sua advogada, Eva Plaz, que não via o julgamento do pai como uma forma de se vingar pessoalmente dele. Seu objetivo seria exigir justiça para Michael, o filho que nasceu com problemas respiratórios e morreu no porão, dois dias após o parto. Seu pai ignorou seus pedidos para que arrumasse um médico para o recém-nascido.
Josef Fritzl inicialmente negou o assassinato por omissão de socorro, que era a acusação mais grave entre as seis que enfrentava. Mas mudou de ideia na quarta-feira, quando Elisabeth esteve no tribunal durante o julgamento. Ele então se declarou culpado pela morte do filho e a prática de escravidão , que também havia rejeitado inicialmente.
O austríaco já havia assumido os crimes de estupro, incesto, coação e sequestro, pelos quais também foi considerado culpado pela corte. Ele se disse arrependido, mas não conseguiu atenuação da pena, que será cumprida com conforto no hospital psiquiátrico da prisão de Mittersteig, em Viena. Após 15 anos de detenção, Fritzl, que estará com 88 anos, será candidato a condicional.