Além da eleição do primeiro secretário-geral da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), da ajuda financeira para a reconstrução do Haiti e do Chile e da situação de Honduras após o golpe de Estado que retirou Manuel Zelaya do poder, dois novos assuntos foram acrescentados à pauta de discussões dos chefes de Estado e de Governo que se encontrarão amanhã em Los Cardales, pequena cidade a 70 km da capital argentina.

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A Unasul deverá se posicionar sobre a situação das Ilhas Malvinas e sobre o Estado de Exceção decretado pelo presidente do Paraguai, Fernando Lugo, devido ao recrudescimento das ações violentas atribuídas ao chamado Exército do Povo Paraguaio. Há duas semanas, Lugo pediu que o Congresso autorizasse o Estado de Exceção para facilitar a captura de guerrilheiros que, desde 2008, praticam sequestros para obter dinheiro. Segundo o presidente paraguaio, será possível, a partir do Estado de Exceção, usar as forças militares do Paraguai, que terão ampla liberdade de atuação.

As Ilhas Malvinas, por outro lado, voltaram à cena diplomática no começo de fevereiro, quando o Reino Unido - que em 1982 venceu a guerra contra a Argentina pela posse das ilhas - autorizou que uma empresa iniciasse os trabalhos de exploração de petróleo na região.

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A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, imediatamente rejeitou a pretensão do Reino Unido de explorar petróleo em área considerada plataforma continental argentina. Argumentou que a exploração de petróleo nas Malvinas era uma "violação à soberania do país". Apesar dos protestos, a exploração começou mas, no final do mês passado, descobriu-se que o petróleo encontrado no local era de má qualidade.

Estes assuntos foram discutidos ao longo desta segunda-feira (3) em Buenos Aires, na reunião preparatória da Unasul, que envolveu os ministros das Relações Exteriores dos 12 países do grupo. Na terça-feira (4), voltarão a ser discutidos pelos chefes de Estado e de Governo, que deverão explicar a posição da Unasul sobre cada um desses temas.

A reunião do Conselho de Chefes de Estado e de Governo da Unasul começa às 10h30. Às 13h30 está prevista entrevista coletiva para o anúncio do nome do primeiro secretário-geral da entidade. O Brasil apoia a eleição do ex-presidente da Argentina Néstor Kirshner.

De acordo com informações divulgadas pelo Itamaraty, o presidente Lula chegará a Buenos Aires de madrugada. Depois do encontro da Unasul, Lula viajará às 17h00 para o Uruguai, onde se encontrará com o presidente José Mujica.

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