Uma mancha de óleo gigante deve atingir a costa norte-americana do Golfo do México "em algum ponto", afirmou neste sábado (1) o chefe da Guarda Costeira dos Estados Unidos. A mancha de petróleo triplicou de tamanho nos últimos dias e já mede mais de 200 km, segundo análise de imagens de satélite feita por cientistas da Universidade de Miami.
"Há óleo suficiente lá fora, é lógico assumir que ele irá atingir a costa", disse o almirante Thad Allen, em uma teleconferência com jornalistas. "A questão é onde e quando."
A administração Obama, que está tentando conter uma potencial catástrofe ambiental, está engajada na resposta ao vazamento desde o início, disse um conselheiro do presidente. "Não vamos descansar até que este vazamento pare", disse John Brennan.
O vazamento de óleo ainda não afetou linhas vitais de navios que vão ao rio Mississipi e a portos da costa do golfo, como Pascagoula, Mississipi, mas tem o potencial de causar isso, disse Allen.
Visita de Obama
Um representante da Casa Branca informou que o presidente dos EUA, Barack Obama, irá ao Golfo do México dentro de 48 horas. A enorme mancha de óleo na região, resultado da explosão de uma plataforma de petróleo da BP na semana passada, já chegou à costa norte-americana.
A Casa Branca tem tentado mostrar que o mais alto nível do governo está engajado na crise do Golfo e evitar quaisquer comparações com a lenta resposta do predecessor de Obama, George W. Bush, ao furacão Katrina em 2005.
Em círculos de cientistas, teme-se que o vazamento saia totalmente do controle e cresça em magnitude, podendo tornar-se até dez vezes maior do que os 5 mil barris por dia que jorram atualmente. Citando um relatório confidencial da Administração Atmosférica e Oceânica Nacional (NOAA, na sigla em inglês) sobre o desastre, o jornal Mobile Press-Register, do Alabama, informa que dois pontos de vazamento adicionais foram encontrados no duto defeituoso.
"Se o duto deteriorar-se mais, o fluxo pode sair do controle, resultando num volume de derramamento de magnitude superior à inicialmente prevista", disse o jornal. A uma pergunta sobre o documento, o porta-voz da NOAA Scott Smullen disse que os vazamentos adicionais foram reportados ao público na quarta-feira à tarde, informa o Press-Register.
Quanto à possibilidade de que o derramamento se torne maior, Smullen disse que iria "deixar o documento falar por si".
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