Chegou nesta quinta-feira a uma ilha da Louisiana a mancha de petróleo que jorra há dias de um poço no Golfo do México sobre o qual engenheiros começaram a colocar um equipamento metálico de 98 toneladas.
A mancha brilhante e viscosa apareceu numa praia da desabitada ilha de Freemason, no arquipélago de Chandeleur, segundo uma porta-voz da equipe de reação com sede em Robert, Louisiana, que reúne a empresa BP, a Guarda Costeira e outros órgãos. Foi o primeiro relato confirmado de presença do óleo na costa sul dos Estados Unidos.
"Temos equipes que confirmaram óleo na praia", disse à Reuters a suboficial da Guarda Costeira Connie Terrell. "É em grande parte apenas um brilho. Não há evidência de óleo médio ou pesado."
Com apoio de cerca de 270 barcos, técnicos, voluntários e militares tentam desesperadamente nos últimos dias conter a mancha no oceano, com o uso de varas flutuantes e de dispersantes. A chegada do material à costa pode provocar graves danos ambientais, e prejuízos aos setores da pesca e turismo.
Cerca de 800 mil litros de petróleo jorram por dia de um poço abaixo do local onde uma plataforma marítima explodiu e naufragou em abril, a 64 quilômetros da costa. A BP, empresa dona do poço, levou para o local uma enorme caixa branca na qual espera recolher o petróleo e colocá-lo em navios apropriados.
A instalação da peça deve durar dois dias, e ela pode começar a funcionar na segunda-feira. A empresa alertou, no entanto, que o mecanismo nunca foi usado a tamanha profundidade, de cerca de 1.600 metros.
A previsão para os próximos dias é de tempo bom na região, o que facilita o combate à mancha. Na quarta-feira, pela primeira vez foi possível fazer a "queima controlada" de combustível na superfície.
Estima-se que a mancha tenha cerca de 210 x 110 quilômetros, equivalente à área de Sergipe.
"Estamos todos a postos para um desastre potencialmente sem precedentes", disse a jornalistas a secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Janet Napolitano, durante visita à localidade de Biloxi, no Mississippi.
"É uma situação em evolução (...), estamos nos preparando de antemão para todos os fatos em potencial."
Leonard Ball, morador de Biloxi, disse que há grande preocupação com as criações de ostra e com a pesca na região. "Já atingiu algumas áreas de pesca mais distantes. No que diz respeito aos pescadores, já há muita devastação."
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