Pelo menos 30 pessoas foram detidas na quarta-feira (3) à noite em Nova York em protestos contra a decisão de um júri que livrou o policial branco Daniel Pantaleo de um julgamento pela morte de Eric Garner, um pai de família negro. A decisão foi anunciada dez dias após uma decisão semelhante em Ferguson, no estado de Missouri, que provocou manifestações em todo o país.
"Após deliberar sobre a evidência apresentada neste caso, o grande júri não encontrou causa razoável para aprovar um processo legal", disse o promotor Daniel Donovan, sem dar detalhes sobre a votação das 23 pessoas que integravam o painel.
Cerca de cinco mil pessoas protestaram na Times Square, Columbus Circle, Harlem e em Staten Island, o bairro onde morreu Garner, de 43 anos, durante uma operação policial violenta em 17 de julho. Perto do Rockefeller Center, local onde se instala a tradicional árvore de Natal, centenas de pessoas se reuniram para protestar misturando-se com turistas.
A polícia, que havia bloqueado completamente a rua 46, deteve vários ativistas que tentaram se sentar na calçada, constatou a agência AFP. Em Washington, foram realizadas pequenas manifestações sem relatos de incidentes.
Eric Garner, de 43 anos, suspeito de vender cigarros ilegalmente, morreu após ter sido contido à força por vários policiais brancos, um dos quais, identificado como Daniel Pantaleo, o segurou pelo pescoço, uma prática proibida em Nova York.
Em suas primeiras declarações públicas, Pantaleo, de 29 anos, assegurou que jamais teve a intenção de machucar Garner, e manifestou suas "condolências à família por sua perda".
"Tornei-me policial para ajudar as pessoas e proteger aqueles que não podem se proteger sozinhos", disse ele em um comunicado. "Nunca foi minha intenção machucar ninguém, me sinto muito mal pela morte de Garner".