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Um manifestante contrário ao governo do Iêmen foi morto e sete pessoas ficaram feridas em confrontos com partidários do presidente Ali Abdullah Saleh em Sanaa, neste sábado (19), um dia após cinco pessoas serem mortas nas passeatas contra o regime de 32 anos.

Saleh culpou "interesses estrangeiros" e "uma conspiração contra o Iêmen, sua segurança e sua estabilidade" pela série de protestos contra a pobreza, o desemprego e a corrupção, que ganharam fôlego desde os levantes na Tunísia e no Egito.

O manifestante recebeu um tiro no pescoço e foi conduzido a um hospital próximo da Universidade de Sanaa, onde morreu, disseram testemunhas à Reuters. Em determinado momento os dois lados dispararam tiros de pistolas e rifles de assalto - o primeiro relato do uso de armas de fogo por parte de manifestantes.

Quatro outros oponentes de Saleh ficaram gravemente feridos pelos disparos, dois deles seriamente, e três foram atingidos quando os manifestantes atiraram pedras uns contra os outros do lado de fora da universidade.

Um fotógrafo da Reuters viu um homem com o rosto coberto de sangue e outro sendo carregado pelos manifestantes.

Cerca de mil manifestantes anti-Saleh entoavam "Parta! Parta!" e "O povo quer a queda do regime!", ecoando palavras de ordem de seus pares tunisianos e egípcios. Entre 200 e 300 apoiadores do presidente clamavam pelo diálogo.

"Aqueles que querem poder, que venham conosco para as urnas... o povo iemenita enfrenta elementos de sabotagem e aqueles à margem do sistema e da lei", disse Saleh em um discurso a representantes de organizações da sociedade civil.

Em uma concessão aos revoltosos, ele prometeu se retirar quando seu mandato terminar em 2013 e não ceder o poder a seu filho. Uma coalizão de partidos opositores concordou em conversar com ele, mas os protestos continuaram.

Mohsin Mohammed Bin Fareed, secretário-geral do partido de oposição Filhos do Iêmen, declarou neste sábado que o diálogo com o governo "se tornou uma perda de tempo".

"A solução a estes problemas é o fim do regime", disse ele em uma coletiva de imprensa em Aden. Foi a primeira vez que um partido de oposição pediu publicamente que Saleh renuncie.

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