Milhares de manifestantes, apoiadores do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, partem rumo fronteira do país com a Nicarágua para aguardar a possível chegada do líder, afastado do governo por um golpe militar, no dia 28 de junho. "Todos devem estar reunidos para receber o nosso presidente na fronteira", convocam os carros de som, que circulam livremente na capital Tegucigalpa.

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Zelaya já avisou que retorna ao país, independentemente do resultado das negociações com o presidente de provisório, Roberto Micheletti. As negociações, lideradas pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias, por enquanto, foram mal sucedidas. Existem três pontos oficiais de fronteira entre Honduras e Nicaragua, mas o presidente deposto não informou o caminho que pretende seguir. "Seremos milhares, e duvido que os militares consigam nos impedir de festejar a chegada do nosso presidente", afirmou o advogado Renne Barahona.

Zelaya foi deposto no dia 28 de junho, na véspera de uma consulta popular, que decidiria pela instalação ou não de uma assembleia constituinte. A consulta foi considerada ilegal pelo Congresso e pela Justiça de Honduras, que temiam o uso das novas leis para permitir a reeleição do presidente.

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Entre os moradores da região central da capital, a maioria apoia o governo golpista. "Zelaya traiu o povo com a sua constituinte. Agora, ele deve pagar pelo mal que cometeu. Zelaya quer transformar Honduras em um brinquedo do presidente da Venezuela, Hugo Chavez", justificou o engenheiro Rafael Menezes.

Os apoiadores de Zelaya fecharam durante quase toda a manhã de desta quinta-feira (23) o acesso norte da capital. Não houve confrontos com a polícia. Uma greve geral entre quinta e sexta-feira (24), convocada pelo grupo do presidente deposto, teve adesão apenas parcial neste primeiro dia. Lojas e repartições públicas funcionaram normalmente.

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