A Liga Árabe condenou nesta terça-feira o uso de força contra manifestantes a favor da democracia em vários países árabes, afirmando que aqueles que protestam "merecem apoio, não balas".
Em uma rara declaração sobre a onda de descontentamento que está varrendo o Oriente Médio, a Liga Árabe disse que vai pedir aos ministros das Relações Exteriores dos seus 22 países-membros para debater essa "situação séria" na reunião marcada para o próximo mês.
"A demanda das pessoas por liberdade e democracia são demandas que merecem apoio... não tiros contra o peito dos manifestantes", disse a Liga Árabe em comunicado oficial recebido pela Reuters nesta terça.
"Nós pedimos para os regimes Árabes e governos que se comprometam e apressem as reformas, parando imediatamente de usar força contra os manifestantes e poupando o derramamento de sangue dos seus próprios cidadãos", acrescenta a nota.
A declaração oficial não cita nenhum país árabe, mas fala que os levantes que derrubaram os líderes autocráticos na Tunísia e no Egito e os protestos na Síria, Líbia e no Iêmen "apontam para uma nova era Árabe... liderada pelos jovens que procuram um presente melhor e um futuro mais brilhante".
A nota oficial diz que os ministros das Relações Exteriores dos países Árabes vão se encontrar em Cairo no próximo mês para discutir o descontentamento da população, mas não definiu uma data específica. A agência de notícias estatal do Egito Mena disse que o encontro vai acontecer no dia 8 de maio.