Milhares de manifestantes tailandeses, enfrentando ameaças de prisão, prometeram neste domingo (4) desocupar o centro comercial de Bangcoc, mas pretendem dar continuidade ao protesto em outro local da capital. A decisão parece aliviar um conflito entre os chamados "camisas vermelhas" e as forças do governo, que disseram estar preparadas para dissipar os protestantes da área.
A manifestação forçou o fechamento de ao menos seis shoppings e rígidas medidas de segurança nas proximidades de hotéis cinco estrelas, com o prejuízo estimado em cerca de US$ 15 milhões por dia.
O primeiro-ministro da Tailândia, Abhisit Vejjajiva, recusou repetidas vez a exigência dos "camisas vermelhas" para dissolver imediatamente o parlamento e convocar novas eleições, apesar de quatro semanas de protestos na capital e de negociações infrutíferas na semana passada.
Jatuporn Prompan, um líder do movimento, afirmou neste domingo que a manifestação seria deslocada para um local não revelado, pouco antes de o governo ter dito que obteria uma ordem judicial para desocupar o centro comercial de Bangcoc.
O coronel Sansern Kawekamnerd, porta-voz do exército, advertiu os protestantes para não tomarem outro centro comercial ou áreas residenciais, dizendo que o acesso para as 11 principais estradas da cidade foi barrado.
Basicamente pobres, os manifestantes dormiram nas ruas da capital na noite de sábado. "Fomos informados de que o que estamos fazendo é ilegal. Eu não vou desistir tão facilmente. Nós só vivemos uma vez", disse Thongyoi Jitmun, do nordeste do país.
O movimento, formalmente conhecido como Frente Unida para a Democracia e contra a Ditadura, consiste basicamente de aliados do ex-primeiro-ministro do país, Thaksin Shinawatra e de ativistas pró-democracia, que se opuseram ao golpe militar que o derrubou do governo em 2006 sob alegações de corrupção. As informações são da Associated Press.