Hugo Chávez discursa em Caracas buscando apoio no referendo que decidirá se a emenda constitucional vai vigorar| Foto: Carlos Garcia Rawlins / Reuters

Estudantes contrários à emenda constitucional sobre a reeleição ilimitada de Hugo Chávez protestaram em Caracas nesta sexta-feira (23), enquanto, a poucas ruas de distância, uma manifestação pró-governo reuniu cidadãos a favor do "sim" no referendo que decidirá a questão, no dia 15 de fevereiro. O presidente também fez um discurso na capital.

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Milhares de estudantes iniciaram uma marcha pelo centro da capital venezuela ao meio-dia, denunciando a emenda constitucional que, se aprovada, permitirá que Chávez e todos os ocupantes de cargos eletivos no país se candidatem quantas vezes quiserem à reeleição.

"Não é não", diziam os manifestantes, referindo-se ao projeto de reforma constitucional, que já foi rejeitado em um referendo em dezembro de 2007.

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Agitando bandeiras da Venezuela e cartazes com dizeres como "Não à usurpação do poder e a tirania" ou "Restam a Chávez 1.496 dias no poder. Para que ele não fique nem um dia a mais na cadeira, vote Não", o protesto aconteceu pacificamente.

Em outra praça de Caracas, milhares de pessoas da chamada Frente de Trabalhadores pelo "Sim" pediam a aprovação da emenda.

Repetindo o slogan "Fica, fica, o comandante fica", os defensores do governo esperavam pela presença do próprio Hugo Chávez, que havia prometido participar da manifestação.

Os dois atos coicidiram com a celebração do 51º aniversário da derrubada da ditadura de Marcos Pérez Jiménez na Venezuela, data considerada o início da era democrática no país.

"A juventude deve atuar como guardiã zelosa do futuro da Venezuela (...). Digo à juventude que não está só. Hoje não é o único dia para nos manifestarmos, e terão que nos impedir todos os dias para que não nos manifestemos", declarou o prefeito da capital venezuelana, Antonio Ledezma, da oposição.

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Ledezma se referia aos diversos protestos de universitários reprimidos pela polícia na semana passada, quando o governo acusou os estudantes de gerar violência e atear fogo a um parque nacional em Caracas.

"A primeira tentativa de bloquear a rua ou gerar desordem pública deve ser dissolvida", reforçou Chávez nesta sexta-feira.