Manifestantes (esq.) enfrentam motim de policiais durante protesto em Vicenza contra a construção de base americana em Molin| Foto: Christophe Simon / AFP Photo

Manifestantes anti-G8 se reuniram neste sábado (4) em uma cidade italiana onde fica uma controversa base militar dos Estados Unidos, no primeiro grande protesto antes da reunião das nações mais ricas do mundo na semana que vem.

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Organizadores esperam que 10 mil pessoas compareçam ao protesto na cidade de Vicenza, no nordeste da Itália, contra os planos de expansão que tornariam a base a maior dos EUA na Europa, e, mais em geral, contra a reunião do G8 do dia 8 ao dia 10 de julho, que será sediada pela Itália neste ano.

"O que temos aqui é uma democracia do povo. No G8, você tem oito potências que querem governar impondo suas vontades. Isso não é democracia", disse à Reuters Marco Palma, um porta-voz dos manifestantes.

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"(O presidente dos EUA) Barack Obama tem dito que é um homem de mudanças. Aqui em Vicenza não vemos mudanças", afirmou.

Na cidade de L'Aquila, no centro da Itália, líderes do grupo dos oito maiores países industrializados e principais países em desenvolvimento discutirão a situação da economia mundial, regulação financeira, mudanças climáticas, comércio e desenvolvimento.

Manifestantes anti-capitalismo planejam uma série de protestos em diferentes locais contra a reunião, começando com o protesto em Vicenza - onde os habitantes locais se opõem à ampliação da base norte-americana.

O governo italiano aprovou a construção de uma nova base de 6 mil metros quadrados no local do antigo aeroporto de Molin, nos limites da cidade.

Apesar de ter sido aprovada por Roma, os habitantes da cidade rejeitaram a expansão da base em um referendo.

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Opositores afirmam que a base apresenta um risco à água subterrânea e é perigosa para os moradores e para o centro histórico de Vicenza, um tesouro da arquitetura renascentista.

O primeiro ministro italiano, Silvio Berlusconi, quer evitar que se repitam os casos de violência que marcaram a reunião do G8 de 2001, também sediada pela Itália, em Gênova, onde um manifestante foi morto e muitos outros sofreram violência da polícia.

Os organizadores da reunião disseram que a escolha de L'Aquila, que sofreu um terremoto que matou quase 300 pessoas em abril e deixou outros 60 mil desabrigados, deve impedir que haja protestos violentos em respeito aos moradores locais.

Os manifestantes planejam uma marcha noturna com velas acesas na cidade para 6 de julho - três meses após o terremoto.

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