Os manifestantes da Turquia anunciaram neste sábado (15) em um comunicado que vão continuar com a "resistência" contra "todo tipo de injustiças" e manterão o acampamento no parque Gezi de Istambul, epicentro dos protestos que acontecem na Turquia há duas semanas.
"Com o dinamismo e a força de nossa luta, que se estendeu por todo o país e inclusive o mundo, vamos continuar a resistência contra todo tipo de injustiças", afirmou em comunicado o movimento Solidariedade Taksim, que atua como porta-voz dos manifestantes.
"Comparado com o que éramos há 18 dias, agora somos mais fortes, mais livres e temos mais esperanças", acrescentou o texto.
Embora o comunicado não especificasse se isto significava continuar acampando no parque símbolo da revolta, uma porta-voz do movimento confirmou que não sairiam do local.
"Ficaremos todos. A luta continua e o acampamento é necessário para isso", declarou à Agência Efe Beycan Taskiran, porta-voz de Solidariedade com Taksim.
Anteriormente, o presidente do Partido Liberdade e Solidariedade (ÖDP), Alper Tas, havia afirmado à Efe que a maioria dos partidos políticos retirariam suas tendas e seria mantida uma única, do movimento Solidariedade Taksim, e algumas barracas de ativistas ambientais, mas essa opção foi descartada pela porta-voz.
Entre as barracas do acampamento é possível ver, por enquanto, bandeiras e insígnias de todo tipo de partidos políticos, de nacionalistas a marxistas, pró-curdos e inclusive islamitas de esquerda, mas a maioria dos acampados se declaram alheios às siglas e alguns inclusive veem com receio a presença desses símbolos políticos.
O comunicado do movimento Solidariedade Taksim reitera a exigência de que sejam investigados e punidos os responsáveis pela violenta repressão policial, que deixou três manifestantes mortos e mais de cinco mil feridos, e que também sejam libertadas imediatamente as pessoas detidas nos protestos.
Nas últimas horas aconteceram os debates entre os ativistas, após a reunião mantida até a madrugada da sexta-feira entre o primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan, e os representantes dos manifestantes, que terminou com a promessa do Executivo de que respeitará o parque Gezi.
Erdogan garantiu que vai respeitar a decisão dos juízes sobre a legalidade do projeto de reforma urbanística e, caso receba um sinal verde da corte, vai convocar um referendo entre os cidadãos de Istambul.
Os protestos ambientalistas contra a planejada reforma de um dos últimos espaços verdes de Istambul foi o estopim da maior onda de manifestações antigovernamentais no país em uma década.