• Carregando...
As parlamentares chavistas Maigualida Barrera e Maria De Queipo: governistas são maioria no Congresso | Carlos Garcia Rawlins/Reuters
As parlamentares chavistas Maigualida Barrera e Maria De Queipo: governistas são maioria no Congresso| Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Setor financeiro

Venezuela facilita estatização de bancos

A Assembleia Nacional da Venezuela aprovou ontem uma lei que vai fazer com que seja mais fácil para o presidente Hugo Chávez estatizar instituições financeiras e que torna obrigatório que elas doem 5% de seus lucros para grupos comunitários.

A medida faz parte de um pacote de leis que o governo venezuelano quer aprovar antes da entrada da nova legislatura no poder, quando Chávez deve perder a maioria qualificada no Parlamento. "Ela aprova um grupo de medidas para corrigir problemas gerados no setor bancário às expensas das metas do governo e do bem-estar da nação", diz o texto da medida.

Chávez já ameaçou várias vezes estatizar qualquer instituição que não cumpra os objetivos dele de acabar com a "especulação" no setor bancário e de aumentar o crédito concedido a setores "produtivos" da população.

Caracas - Numa manobra de última hora, a Assembleia Nacional da Vene­­zuela, dominada pelo governo, aprovou ontem lei que dá a Hugo Chávez poder para legislar por decreto por 18 meses, e não por um ano, como havia sido proposto inicialmente.

Desta maneira, Chávez poderá baixar decretos-lei a respeito de nove áreas até julho de 2012 -ou seja, seis meses antes de cruciais eleições presidenciais.

O presidente argumenta que necessita da prerrogativa legislativa para responder à crise provocada pelas fortes chuvas, que deixaram 130 mil desabrigados, inundaram cidades inteiras na costa e arrasaram plantações.

A oposição, porém, se declarou em "emergência’’ e afirma que Chávez quer esvaziar o próximo Parlamento, que assume em 5 de janeiro.

Na nova Assembleia, o chavismo não terá mais maioria qualificada (2/3) para passar leis nem 99 votos para aprovar a lei habilitante para o Executivo.

A proposta de estender os su­­perpoderes por um ano e meio foi feita pela presidente da Assem­­bleia, Cilia Flores, que disse falar respaldada por organizações so­­ciais.

O pequeno grupo opositor na atual Assembleia – só há dissidentes dos chavismo, porque a oposição boicotou as eleições legislativas de 2005 – reagiu.

"Chávez governará de maneira autocrática e sem controle al­­gum a partir de 1 de janeiro. Só falta que ele determine que a As­­sembleia só se reúna uma vez por ano’’, disse Ismael Garcia, do Po­­demos, partido que rompeu com o governo em 2007.

"Peço que essa lei seja aprovada com o coração. Com as duas mãos. Não podemos ser indiferentes à dor das pessoas’’, retrucou o governista Carlos Escarrá.

Pela lei habilitante, Chávez terá poder para "ditar e reformar normas regulatórias do setor de telecomunicações e da tecnologia de informações’’.

O trecho levantou alerta de entidades como a Comissão de Direitos Humanos da OEA (Orga­­nização dos Estados Americanos), que teme restrições à imprensa.

Outro grande campo da lei é o financeiro e tributário. Chávez já afirmou que pretende usar os superpoderes para aumentar a arrecadação pública.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]