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Manifestantes subiram nos monumentos na Praça da Bastilha | EFE/EPA/IAN LANGSDON
Manifestantes subiram nos monumentos na Praça da Bastilha| Foto: EFE/EPA/IAN LANGSDON

Terror na França

A sede do Charlie Hebdo foi alvo de ataque na última quarta-feira (7). Dez funcionários do impresso e dois policiais morreram a tiros durante um atentado à redação da revista satírica, em Paris. No mesmo dia, a polícia francesa iniciou uma busca pelos suspeitos de envolvimento no ato terrorista, entre eles os irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi. Ainda na quarta-feira, vários suspeitos são presos e o governo da França anuncia ter elevado o nível de segurança no país para o mais alto.

Um dia depois (quinta-feira, 8), vários centros muçulmanos na França foram alvos de ataques. Um restaurante próximo à mesquita de Paris também registrou a explosão de uma bomba artesanal e um carro explodiu. Uma policial foi morta em um ataque a tiros no sul da capital francesa. Foi também na quinta-feira que a polícia da França realizou o primeiro cerco aos irmãos suspeitos, em vilarejos no Nordeste de Paris. O Estado Islâmico, por meio da rádio própria da organização extremista, classificou, neste dia, como heróis os autores do atentado.

Na sexta-feira (9), a polícia fecha o cerco e mata Said Kouachi e Cherif Kouachi. Também é morto o sequestrador Amedy Coulibaly, de 32 anos, que matou quatro de 16 pessoas feitas reféns em uma ação em um supermercado judaico de Paris, na quarta-feira. Coulibaly, suspeito de matar uma policial um dia antes, disse em entrevista à tevê durante o sequestro agir em coordenação com os Kouachi e ser ligado ao Estado Islâmico. A Al Qaeda assumiu a responsabilidade pelos atentados.

Os atos terroristas que causaram a morte de 17 pessoas na França gerou uma onda de manifestações não só no país como em várias cidades do mundo. No sábado (10), 700 mil se reuniram em uma marcha na capital francesa. Neste domingo, chefes de estados, inclusive estadistas muçulmanos, se reuniram em uma manifestação histórica em Paris, que reuniu mais de um milhão de pessoas.

  • Manifestantes levaram vários cartazes com os dizeres
  • Canetas também foram símbolos levados pelos manifestantes
  • A Praça da Nação também foi palco das manifestações
  • Multidão protesta contra os ataques terroristas da última semana, os mais mortais em décadas na França
  • Autoridades, entre elas cerca de 40 chefes de Estado, participaram da marcha
  • Imagem deste domingo na Praça da República em Paris: multidão grita
  • Mais de 2.000 policiais foram mobilizados para proteger a multidão
  • Pessoas carregam cartazes com a frase
  • No centro da Praça da República, cartaz pede mais democracia contra a barbárie
  • O primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu cumprimenta o presidente Francois Hollande
  • A chanceler alemã, Angela Merkel, com Francois Hollande
  • O ex-presidente da França Nicolas Sarkozy também apoiou a iniciativa de Francois Hollande
  • O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, também participa do ato
  • O rei da Jordânia, Abdullah II, e a rainha Rania, na chegada ao Palácio do Eliseu: cumprimentos também a Hollande
  • O chanceler dos Emirados Árabes Unidos, xeque Abdullah bin Zayed al-Nahyan, no encontro com Hollande
  • O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, também esteve na marcha
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Ao menos 3,7 milhões de pessoas marcharam na França neste domingo para homenagear as vítimas dos atentados da semana passada, informou o Ministério do Interior. Um porta-voz do ministério disse que de 1,2 milhão a 1,6 milhão de pessoas marcharam em Paris e cerca de 2,5 milhões de pessoas em outras cidades em todo o país.

SLIDESHOW: Veja imagens da marcha

O ministério disse que foi a maior manifestação popular já registrada no país. Bernard Cazeneuve declarou que o evento é algo "sem precedentes". Os manifestantes eram tantos e se espalharam de tal forma, que se tornou impossível contar quantas pessoas participaram, afirmou Cazeneuve.

O número é maior do que a quantidade de pessoas que tomou as ruas de Paris depois que os Aliados libertaram a cidade dos Nazistas na Segunda Guerra Mundial. "É um mundo diferente hoje, disse o parisiense Michel Thiebault, de 70 anos. Ele esteve na multidão que exaltava policiais que passavam em meio aos manifestantes em suas vans, algo incomum nos frequentes protestos na França, nos quais policiais e manifestantes normalmente se opõem.

De braços dados, mais de 40 líderes mundiais lideraram a quieta procissão, deixando diferenças de lado em uma manifestação que, nas palavras do presidente francês, François Hollande, fez de Paris "a capital do mundo".

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu ficou ao lado do presidente palestino Mahmoud Abbas. Também marcharam o presidente ucraniano Petro Poroshenko e o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov.

Os ataques ao jornal satírico Charlie Hebdo, a um supermercado e contra um policial marcaram um ponto de virada para a França que alguns compararam ao efeito que teve, para os Estados Unidos, os ataques de 11 de Setembro de 2001.

"Nosso país vai se levantar ainda melhor", disse Hollande.

Manifestações pelo mundo

Em diversas cidades do mundo, pessoas se reuniram para homenagear as 17 vítimas que morreram durante os três dias de ataques em Paris e para apoiar a liberdade de expressão.

Em Berlim, 18 mil pessoas se encontraram em frente à embaixada da França, ao lado do Portão de Brandemburgo. Muitos trouxeram flores ou lápis e carregavam cartazes dizendo "Je suis Charlie" (Eu sou Charlie) ou "Je suis Juif" (Eu sou judeu).

Em Londres, cartões postais como a London Eye foram iluminados de vermelho, branco e azul, as cores da bandeira francesa. Mais de mil pessoas se reuniram na Trafalgar Square, no centro da cidade.

Milhares também foram as ruas em Roma. Os italianos levaram velas e lápis para a frente da embaixada francesa. Em Bruxelas, mais de 20 mil marcharam pelo centro da cidade e, em Viena, a contagem chegou a 12 mil pessoas. Já em Madri, centenas de muçulmanos protestaram com faixas que diziam "não em nosso nome".

Houve registros de manifestações também em Moscou, Istambul e várias cidades fora da Europa. Em Montreal, Beirute, Jerusalém, Ramallah, Cidade de Gaza, Sydney, Tóquio e Nova York, as pessoas também foram às ruas.

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