A líder ultradireitista francesa Marine Le Pen levantou nesta sexta-feira (21) uma grande polêmica na França ao pedir que seja proibido usar o véu islâmico e o quipá judeu na rua.
Em entrevista publicada hoje no jornal Le Monde, a presidente da Frente Nacional pede a proibição dos dois símbolos religiosos em público, o que gerou reações em todos os âmbitos políticos.
Le Pen afirma que o véu islâmico deve ser proibido "em lojas, nos transportes, na rua", e acrescenta que quando se usa o ícone religioso "é evidente que também se suprima o quipá do espaço público".
O presidente francês, François Hollande, aproveitou um discurso no memorial da Shoah de Drancy, na periferia de Paris, para fazer um apelo à calma.
"Tudo que rompe, opõe, divide, é errado. As únicas regras que conhecemos são as da República e as do laicismo", disse o chefe de Estado.
Mais incisivo foi o ministro da Educação, Vincent Peillon, que considerou Le Pen como "a primeira dos fundamentalistas", ao aproveitar a tensão que existe nestes momentos com os muçulmanos para "jogar mais lenha na fogueira".
O presidente do Observatório contra a Islamofobia, Abdallah Zekri, também considerou inoportunas as palavras do líder ultradireitista em um momento em que a difusão de um filme que faz piada com o islamismo e a publicação de charges de Maomé no jornal satírico francês "Charlie Hebdo" elevaram a tensão.
A França está mantendo embaixadas, colégios e centros culturais fechados hoje em 20 países por temer ataques após a publicação das vinhetas.
O governo proibiu que neste fim de semana se realizem no país várias concentrações islamitas de protesto convocadas através das redes sociais.
- Protestos contra filme anti-islã deixam pelo menos 15 mortos no Paquistão
- Charges de Maomé são republicadas e líder muçulmano francês pede calma
- França proíbe manifestações pró-Islã e protestos prosseguem
- Nova provocação a Maomé alimenta debate sobre liberdade de expressão
- Iranianos protestam contra cartuns diante da embaixada da França