McCain acusa democrata de mentir que não trabalhou com Bill Ayers; Obama diz que republicano apela e semeia o medo e a desconfiança| Foto: Carlos Barria / Jim Young / Reuters

O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, John McCain, reforçou os ataques contra seu rival democrata Barack Obama nesta sexta-feira (10), ao lançar um novo comercial político na televisão que relaciona o senador por Illinois ao fundador de um grupo violento da década de 1970, Bill Ayers.

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A propaganda diz que "Quando era conveniente, (Obama) trabalhou com o terrorista Bill Ayers. Quando tudo foi descoberto, ele mentiu".

Enquanto isso, em Chillicothe, Ohio, Obama respondeu, ao acusar a McCain de tentar dividir o povo americano usando táticas que semeiam o medo e a desconfiança.

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"Que fácil é ganhar uma multidão apelando para a raiva e o ódio", disse Obama. Eles acrescentou que os americanos precisam de "alguém com capacidade de liderança" e que tenha uma mão firme em tempos de crise econômica, não alguém que divida o povo

Fazendo eco do lema de McCain, "primeiro a pátria", Obama disse que "hoje mais do que nunca, é vital colocar antes de tudo a pátria e não a política".

O candidato democrata à vice-presidência, Joe Biden, assegurou que McCain tenta desviar a atenção do público para evitar que as pessoas se preocupem com a situação econômica dos EUA. Biden fez as declarações em Springfield, Missouri.

"McCain tenta semear dúvidas através de acusações falsas contra Obama, ao invés de encarar o problema financeiro", disse o senador Biden.

A propaganda de McCain veiculada nesta sexta-feira é a que acusa de maneira mais direta a Obama de relacionar-se com Ayers, um professor da Universidade de Chicago que foi um ativista radical contra a Guerra do Vietnã (1959-1975) e fundou um grupo violento, chamado Weather Underground. McCain acusa Obama na propaganda de ser muito ambicioso e ter um julgamento ruim, convertendo-se em um candidato que não é confiável durante uma crise econômica.

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"Durante uma crise precisamos de liderança", diz a propaganda, que insinua que Obama não é um líder.

A menos de três semanas das eleições nos EUA, o republicano tenta adotar uma estratégia nova de ataque a Obama para recuperar a popularidade nas pesquisas. O ataque se baseia em ligar Obama a Ayers, cujo grupo foi acusado de colocar bombas em prédios do governo na década de 1970.

A Associated Press e outros meio de imprensa têm informado que Obama e Ayers não são amigos, embora vivam no mesmo bairro em Chicago e tenham trabalhado juntos em organizações sem fins lucrativos entre o final da década de 1990 e 2002.

Ayers também organizou uma pequena reunião para Obama em 1995, quando este apresentou pela primeira vez sua candidatura ao Senado pelo Estado de Illinois.

Durante a campanha, Obama denunciou os atos violentos de Ayers.

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McCain disse, em um discurso na quinta-feira no Wisconsin, que "precisamos conhecer com profundidade a relação" entre Ayers e Obama. Umas quatro mil pessoas que escutavam o discurso do republicano, no estádio esportivo de Milwaukee, receberam com entusiasmo as críticas de McCain a Obama.

"Vejam vocês, a nós não nos interessa um velho terrorista e sua esposa", disse McCain à platéia. "É um terrorista", gritou um homem da platéia, sem deixar claro a quem se referia.

McCain disse a seus partidários que Obama não disse a verdade quando descreveu sua relação com Ayers e afirma que o democrata tem "um claro, radical e esquerdista histórico a favor do aborto".

Em entrevista ao jornalista de rádio Michael Smerconish, nesta quinta-feira (9), Obama disse que conheceu Ayers em meados da década de 1990, quando ele era professor na Universidade de Illinois.

"Desse grupo, participavam também empresários conservadores e líderes cívicos, e Ayers era apenas uma das pessoas do grupo", disse Obama, referindo-se ao grupo Annenberg Challenge.

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"Foi aí que descobri que ele (Ayers) teve ligação com atos detestáveis há 40 anos, mas naquela época eu tinha oito anos. Acredito que ele está reabilitado", disse Obama. As informações são da Associated Press.