Diante do risco de um acidente nuclear de grandes proporções no Japão, muitas embaixadas recomendaram ontem a seus cidadãos que se afastem da região de Tóquio e sigam para o sul, na área de Osaka, distante cerca de 500 quilômetros da danificada usina de Fukushima. Outras embaixadas, no entanto, têm sido mais incisivas: o alerta é para que seus cidadãos deixem o país imediatamente. Reino Unido, Alemanha, Suíça, Itália e Austrália estão entre os que aconselharam seus cidadãos a deixar o norte e a região de Tóquio. De outro lado, França, Bélgica e Rússia enviarão aviões para retirar as pessoas que desejam deixar o Japão.
Entre os chineses, o ordem é voltar para casa. Ontem cedo, as filas em frente à embaixada em Tóquio eram gigantescas, dobrando quarteirões. A China foi o primeiro país a determinar a evacuação em massa do Japão, e a ordem ajudou a espalhar o pânico entre países asiáticos.
EUA
Um primeiro avião transportando cerca de cem pessoas começou a retirar norte-americanos do Japão, levando-os a Taiwan, anunciou ontem o Departamento de Estado. Outros voos partirão hoje.
Os Estados Unidos advertiram ainda seus cidadãos a evitar viagens a qualquer parte do país, já que as condições dos ventos aumentam os riscos de espalhar a contaminação radioativa. A advertência se estende a todos os cidadãos que já estão no país e os encoraja a deixar o Japão. A saída autorizada oferece retirada voluntária a familiares e dependentes de integrantes das missões diplomáticas dos EUA em Tóquio, Yokohama e Nagoya e afeta cerca de 600 pessoas.
Também ontem, a embaixada americana estabeleceu uma zona de risco de 80 quilômetros ao redor da central nuclear. Autoridades japonesas fixaram um perímetro de segurança de 30 quilômetros, e o governo afirmou que as radiações além da zona de exclusão de 20 quilômetros "não representam perigo imediato para a saúde". Por precaução, 10 mil pessoas do município de Fukushima serão submetidas a testes de radioatividade em 26 centros médicos.
Preocupação
O presidente Barack Obama conversou ontem por telefone com o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, para discutir os esforços do Japão e sobre a crise nuclear no complexo de Fukushima Daiichi.
Em Pequim, a preocupação foi com um eventual avanço de nuvem radioativa a seu território. Ontem, o governo pediu às autoridades japonesas informações "pontuais e precisas" para acalmar a opinião pública preocupada com a eventual chegada ao país de emissões radioativas.