O presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, pediu nesta segunda-feira uma maior controle sobre as armas nucleares, advertindo que elementos radicais podem ameaçar vizinhos e usar esse tipo de armamento para iniciar um conflito de larga escala.
Durante uma coletiva de imprensa conjunta com o primeiro-ministro da Índia, Manmoham Singh, em visita à Rússia, Medvedev deu a entender que seu país tem interesse em enrijecer o controle sobre armas nucleares "de maneira que não possam ser tomadas por qualquer tipo de radicais; de maneira que não possam ser usadas para iniciar qualquer tipo de conflito ou mesmo ameaçar vizinhos".
"Isso vale para todos os países. Isso vale, obviamente, para o programa nuclear iraniano" e para outros Estados, disse Medvedev, sem dizer quais seriam esses países.
Há até pouco tempo, a Rússia estava hesitante em demonstrar apoio às novas sanções lideradas pelos Estados Unidos contra o Irã, que desacatou a proibição de enriquecer urânio. Mas as intenções de Teerã de construir mais 10 usinas de enriquecimento - anunciadas no final de novembro - parecem ter feito Moscou pender a favor das sanções comerciais.
"Eu digo isso abertamente: Moscou não tem interesse em expandir o clube nuclear", disse Medvedev.
Singh está em Moscou para uma visita de três dias para tratar de uma série de acordos de defesa e energia no valor de bilhões de dólares.
A Índia espera incentivar as importações de urânio enriquecido da Rússia, país aliado durante a Guerra Fria, e também quer investimentos russos em usinas de geração de energia nucleares em seu país.
Agências de notícias estatais citaram o chefe de energia nuclear russo, Sergei Kiriyenko, dizendo que a Rússia pode construir até 20 reatores em três localidades indianas.
"A cooperação nuclear entre a Federação Russa e a Índia tem um futuro grande e muito bom", disse Medvedev.
Singh disse que estava "muito satisfeito" com as conversações, que ele chamou de "um importante passo à frente".
A Índia é um grande comprador de armamentos russos. Recentemente encomendou licenças de produção para tanques T-90 e contratos para instalar mísseis BrahMos em aviões russos. Os países constroem um moderno supersônico, equivalente ao Raptor norte-americano.
Singh, que deveria se encontrar com o primeiro-ministro Vladimir Putin nesta segunda-feira, elogiou os laços econômicos dos dois países e disse que pretendem chegar a trocas comerciais de US$ 20 bilhões em 2015.
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