Brasília O conflito entre Uruguai e Argentina por causa da instalação de uma fábrica de celulose e os impedimentos para o ingresso da Venezuela no Mercosul são alguns dos problemas que ficarão evidentes durante a Cúpula Ibero-americana de Santiago.
Apesar da sintonia entre a ideologia dos governantes de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, todos da nova centro-esquerda latino-americana, os problemas políticos no seio do Mercosul não permitem uma maior integração no bloco.
Em 2006, quando os países ibero-americanos realizaram a cúpula de Montevidéu, o conflito entre Argentina e Uruguai pela instalação de fábricas de celulose das empresas Ence (espanhola) e Botnia (finlandesa) às margens do rio Uruguai repercutiu em corredores e em reuniões com portas fechadas. Exemplo do interesse ibero-americano sobre a questão foi a incumbência aceita pelo rei da Espanha, Juan Carlos, de atuar como mediador. O líder, no entanto, não conseguiu evitar que o assunto seguisse latente um ano depois.
A Botnia já está pronta para operar, e sua fábrica de celulose, alvo de uma queixa aberta na Corte Internacional de Justiça de Haia, mantém frias as relações entre Argentina e Uruguai.
Chávez
Outro exemplo de falta de sintonia no Mercosul diz respeito à adesão da Venezuela ao bloco. Isso se deve não só à polêmica personalidade do presidente do país, Hugo Chávez, como também aos atrasos para ratificação dessa adesão por parte dos Congressos brasileiro e paraguaio. A esse panorama somam-se as queixas recorrentes de Uruguai e Paraguai pelas assimetrias econômicas que os separam dos dois sócios mais poderosos do Mercosul Brasil e Argentina.