A guerra civil que devasta a Síria destruiu os meios de subsistência e levou ao colapso da economia, mergulhando na pobreza mais da metade da população, de acordo com um estudo encomendado pela ONU. O documento mostra ainda que desemprego atingiu 48% e o sistema de educação é "desastroso", com 49% das crianças fora da escola. O sistema de saúde está passando por um grande colapso.

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"Mais da metade da população vive na miséria, com 7,9 milhões de pessoas que se empobreceram desde o início da crise. Entre elas, 4,4 milhões estão em situação de extrema pobreza", diz o relatório que acaba de ser publicado.

Milhões de pessoas fugiram de suas casas e mais de dois milhões do país. Isso deve fazer dos sírios a maior população de refugiados do mundo até o final de 2013. O PIB também sofreu uma queda dramática.

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"A economia síria sofre com a desindustrialização maciça, devido ao fechamento de empresas, falências, evasão fiscal, saques e destruição", observa o relatório.

Até o segundo trimestre de 2013, a economia havia perdido 103 bilhões de dólares, o equivalente a 147% do PIB em 2010. O investimento e o consumo, público e privado, têm registrado uma contração, enquanto cresce a economia informal e o crime, o que terá "consequências graves para a economia no pós-guerra", adverte o estudo. O desaparecimento de postos de trabalho e o estado de caos levam algumas pessoas a recorrer ao contrabando, a sequestros e a saques para sobreviver, principalmente nas áreas de fronteira e em zonas de combate.

"Cada vez mais, os empresários operam em mercados caracterizados pela violência, onde extorsão, contrabando e crime (...) colocam em perigo aqueles que fazem negócios de forma legal".

Nesta sexta-feira, a coordenadora de Assuntos Humanitários da ONU, Valerie Amos, advertiu para o aumento dos combates em todo o país. Segundo Valerie, a violência afeta diretamente a ajuda humanitária em todo o país: as agências de ajuda continuam sem acesso a 2,5 milhões de pessoas presas em lugares sitiados ou de difícil acesso.

"Precisamos de tréguas humanitárias nos locais onde há reféns de um dos dois lados, para fornecer alimentos, remédios e abrigo. É necessário acesso irrestrito aos comboios humanitários", afirmou.

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Campanha de vacinação

A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) começaram nesta sexta-feira uma uma campanha de vacinação em massa no país, após relatos de um possível surto de poliomielite detectado no início deste mês, na província de Deir al-Zour. O porta-voz da OMS em Genebra, Tarik Jasarevic, afirmou que o surto não foi confirmado, mas deve ser tratado como se fosse. O último caso de pólio foi registrado na Síria em 1999.

"Há um quadro grave de paralisia flácida aguda (um sintoma de doenças como a pólio). Foram investigados 22 casos e esperamos que os resultados dos testes laboratoriais."

Mais de 100 mil crianças com menos de 5 anos estão sob o risco de contrair a doença na província. A maior parte do interior está em mãos da oposição, mas Deir al-Zour ainda está parcialmente sob controle de forças do governo.

"Campanhas de vacinação estão sendo planejadas para toda a Síria em novembro, mas ainda estamos discutindo a logística em meio à guerra civil", disse Oliver Rosenbauer, porta-voz da OMS, na quinta-feira.

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