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Oposição síria resiste a se comprometer com processo de paz

A oposição síria no exílio resistiu nesta terça-feira (22) aos apelos de países árabes e ocidentais para se comprometer a participar de negociações de paz, alegando que não poderá se incluir em um processo que possa resultar na permanência do presidente Bashar al-Assad no poder.

Reunidos em Londres, 11 países pressionaram a Coalizão Nacional da oposição síria a participar de uma conferência de paz com o objetivo de encerrar um conflito que matou mais de 100 mil pessoas desde 2011. Mas o grupo listou condições e disse que vai levar algumas semanas para decidir sobre sua participação.

"Não haverá quaisquer negociações sem garantir que a reunião de Genebra 2 seja basicamente para o período de transição e para que Assad se vá", disse o líder da Coalizão Nacional, Ahmed Jarba, em entrevista coletiva após a reunião de Londres.

"Não vamos nos sentar e negociar com Assad possivelmente ainda estando lá", prosseguiu. "Nossa gente não aceitaria isso. Ela nos consideraria traidores se viéssemos aqui vender nosso povo."

Mas Jarba não descartou explicitamente a participação no encontro e disse que seu grupo vai se reunir em breve, possivelmente no dia 1º em Istambul, para decidir em votação sobe a participação na conferência, conhecida como Genebra 2, ainda sem data marcada.

Os participantes da reunião disseram que o objetivo da conferência Genebra 2 seria estabelecer um governo provisório, e que até lá "Assad e seus colaboradores próximos que tenham sangue nas mãos não terão papel na Síria".

O chanceler britânico, William Hague, anfitrião do encontro com Egito, França, Alemanha, Itália, Jordânia, Catar, Arábia Saudita, Turquia, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos, disse que a participação da oposição síria na conferência é vital.

"Pedimos à Coalizão Nacional para que se comprometa plenamente, lidere e forme o coração de qualquer delegação da oposição a Genebra", afirmou Hague em entrevista coletiva.

Muitos dos rebeldes islâmicos que enfrentam as forças de Assad dentro da Síria se recusam a reconhecer a oposição no exílio, que tem o apoio ocidental.

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