Para o serviço de meteorologia americano é fugir ou morrer. O furacão Ike, que está a cerca de 330 quilômetros de tocar o território dos EUA, faz os especialistas preverem um cenário devastador. Atualmente de categoria 2, o Ike deve se fortalecer ao se aproximar da costa do Texas e atingir a categoria 4 , tocando o estado americano na altura da cidade de Galveston, que já sente os primeiros efeitos do Ike: várias áreas alagadas. A tempestade é tão grande que está sobre quase todo o Golfo do México, cujas águas quentes potencializam a tormenta. Segundo os meteorologistas, o risco de devastação é muito alto e quem resolver ficar em Galveston terá "morte certa".
"Todos os bairros(...) e possivelmente toda a comunidade costeira(...) será inundada. Pessoas que não atenderem à ordem de retirada em casas de um ou dois andares vão enfrentar morte certa", advertiu o serviço de previsão do tempo.
Raramente os meteorologistas usam essa linguagem. A última vez foi quando o Katrina estava para chegar a Nova Orleans três anos atrás.
O cenário previsto pelos especialistas inclui uma "grande parede de água" se lançando contra a Baía de Galveston - a cidade homônima está situada em uma ilha - à medida que o centro do furacão vá entrando no território texano. A força da enchente poderia causar estragos mesmo em Houston, a cerca de 33 quilômetros da costa. Na metrópole, a população foi aconselhada e ficar em casa e se proteger.
Embora o serviço de meteorologia trabalhe, em primeiro lugar, para informar quando o furacão vai tocar a terra - o que deve ocorrer na tarde de sábado - ele ressalta que o pior da tormenta pode se dar antes ou depois disso.
Cerca de 3,5 milhões de pessoas vivem na possível zona de impacto do Ike. Muitas delas já estão lotando as estradas, seguindo para o interior do Texas ou mesmo para outros estados vizinhos.
O Ike já matou mais de 70 pessoas no Caribe - 66 delas no Haiti e outras quatro em Cuba, os dois países mais afetados pela tormenta. O embaixador brasileiro em Havana, Bernardo Pericás, disse que o Ike foi o pior furacão da história recente de Cuba.