Cerca de 3.000 moradores participaram de uma passeata levando cartazes com os dizeres "Falluja, cidade da resistência" e fotos de moradores mortos pelos ocupantes| Foto: REUTERS/Mohanned Faisal
Os combatentes da insurgência iraquiana fizeram de Falluja a sua base ao longo do conflito, e em 2004 a cidade registrou duas batalhas importantes
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Iraquianos queimaram bandeiras dos Estados Unidos, agitaram cartazes e lotaram as ruas de Falluja, no oeste do Iraque, para celebrar a retirada das tropas norte-americanas do país.

Falluja, de maioria sunita, já foi reduto da Al Qaeda e registrou algumas das mais violentas batalhas em quase nove anos de guerra. Cerca de 3.000 moradores participaram de uma passeata levando cartazes com os dizeres "Falluja, cidade da resistência" e fotos de moradores mortos pelos ocupantes.

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"As celebrações marcam um dia histórico para a cidade de Falluja, e devemos lembrar com orgulho dos mártires que sacrificaram seu sangue por esta cidade", disse Dhabi al-Arsan, vice-governador da província de Anbar, dirigindo-se à multidão.

Os combatentes da insurgência iraquiana fizeram de Falluja a sua base ao longo do conflito, e em 2004 a cidade registrou duas batalhas importantes. Forças dos EUA usaram a força bruta, incluindo tanques, caças e helicópteros, para esmagar a resistência, em combates que deixaram centenas de mortos e milhares de desabrigados.

"Estou contente por ver os norte-americanos deixando o Iraque. Só agora sentimos realmente o gosto da liberdade e da independência", disse o taxista Ahmed Jassim, de 30 anos, agitando uma bandeira iraquiana. "Não vamos mais ver as forças norte-americanas. Elas nos evocam conflito e destruição."

Depois de chegar a ter cerca de 170 mil soldados no país, os EUA hoje mantêm apenas cerca de 5.500, que devem sair até o final do mês. Só um pequeno contingente de instrutores civis e cerca de 200 adidos militares devem permanecer.

Muitos iraquianos aguardam com alívio e esperança o fim da ocupação, apesar do temor de recrudescimento da violência sectária. Em geral, a violência já diminuiu bem desde o auge do conflito entre sunitas e xiitas, mas atentados e assassinatos continuam sendo comuns.

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"Depois que os norte-americanos saírem, queremos ver um Iraque unido, não queremos disputas", disse o clérigo sunita Hameed Jadou à multidão. "Quem diz que se trata de um iraquiano sunita, xiita, curdo ou turcomeno está usando termos trazidos pelo ocupante."