Milhares de pessoas paralisaram neste domingo vários bairros na parte asiática de Istambul em uma manifestação contra o escândalo de corrupção no qual aparecem implicados filhos de ministros, funcionários públicos e vários empresários, informou a emissora turca "NTV".
A polícia interveio com canhões de água e gás lacrimogêneo contra alguns grupos de manifestantes, até que finalmente a situação se tranquilizou e a passeata pôde continuar normalmente.
Os organizadores do protesto - sindicatos, associações profissionais, grupos feministas e de direitos humanos - cantaram palavras de ordem e criticaram os novos macroprojetos urbanísticos, como o terceiro aeroporto de Istambul, que acreditam ser um prejuízo para a cidade em favor das construtoras.As acusações de corrupção, que nos últimos dias levaram à prisão preventiva de 24 pessoas, entre eles os filhos de dois ministros, o de Economia e o de Interior, desenham um cenário no qual políticos e construtoras repartem os lucros de um urbanismo fora de controle.
A primeira reação do governo turco foi destituir e substituir os chefes policiais que iniciaram a investigação, um processo que continua até hoje com a mudança de 25 comandantes em Istambul, informa o jornal "Hürriyet".
Desde ontem, uma circular de Interior obriga os agentes a informar não só à procuradoria, mas também a hierarquia policial, antes de iniciar uma investigação, uma medida que foi criticada por vários advogados como inconstitucional, dado que rompe a separação de Judiciário e Executivo, acrescenta o jornal.
O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, denunciou o escândalo de corrupção como uma "armadilha" desenhada pelas "mãos sujas" de "agentes e traidores" para prejudicar seu governo e impedir o crescimento econômico da Turquia.
"Se alguém tentar tocar a independência da Turquia, para nos colocar em armadilhas, lhe quebraremos as mãos!", ameaçou neste domingo Erdogan durante um comício em Giresun, no norte do país.
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