Milhares de pessoas se juntaram no centro de Beirute neste domingo para o funeral da autoridade de inteligência Wissam al-Hassan, uma cerimônia que deve se tornar um protesto contra autoridades sírias.

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Hassan, que revelou um suposto plano de ataque a bomba da Síria dentro do Líbano há dois meses, morreu quando um carro-bomba explodiu no bairro de Ashrafiyeh, em Beirute, na sexta-feira. O ato matou outras sete pessoas.

Políticos libaneses acusaram a liderança síria de participar do assassinato, que aprofundou os temores de que a guerra civil no país possa causar problemas nos países vizinhos.

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Soldados foram destacados em grande número em Beirute para o funeral, com equipes patrulhando cruzamentos e parando veículos que entravam na região central.

Uma mesquita na Praça dos Mártires, onde Hassan será enterrado, transmitiu orações pela vítima no começo deste domingo.

Manifestantes bloquearam estradas com pneus queimados, e homens armados foram às ruas de Beirute e Trípoli no sábado. À noite, pequenos grupos de manifestantes que exibiam bandeiras libanesas fizeram passeatas até os prédios do governo.

Fora isso, a cidade esteve silenciosa durante a madrugada, e os habitantes ficaram em suas casas, temendo mais atos de violência e a presença dos jipes lotados com soldados. Até a vida noturna agitada das regiões de Hamra e Gemmayzeh esfriaram, com muitos restaurantes fechados.

O ex-primeiro-ministro Saad al-Hariri acusou o presidente sírio, Bashar al-Assad, de estar por trás do ataque, e a oposição política libanesa exigiu a renúncia do primeiro-ministro, Najib Mikati, cujo governo inclui o grupo xiita Hezbollah, aliado da Síria.

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A morte de Hassan, um sunita da cidade de Trípoli e que era próximo ao poderoso grupo político de Hariri, causou a fúria dos sunitas.

As tensões sectárias no Líbano, que foi palco de uma guerra civil de 1975 a 1990, ficaram exacerbadas pelo conflito na Síria. Rebeldes sunitas estão lutando para derrubar Assad, que é da minoria alauita, que tem suas raízes nos xiitas.

As comunidades religiosas libanesas estão divididas entre aquelas que apoiam Assad e as que estão do lado dos rebeldes, apesar da política de Mitaki de "dissociação", que tenta em vão isolar o país do tumulto na nação vizinha.

O funeral de domingo sairá da sede da Força de Segurança Internam de Hassan, no bairro de Ashrafiyeh, passando pelo local do ataque de sexta-feira antes de chegar à Praça dos Mártires, onde ele será enterrado ao lado do pai de Hariri, Rafik, morto em um ataque na orla de Beirute em 2005.