Cerca de 50 mil pessoas de vários partidos religiosos se reuniram em Karachi neste domingo (9) para se opor às mudanças em uma controversa lei da blasfêmia, informou a polícia.
A demonstração de força destaca a dificuldade de reverter a maré de conservadorismo religioso após o assassinato na terça-feira do governador da maior província do país, que morreu por apoiar mudanças na lei sobre a blasfêmia.
Salman Taseer, governador de Punjab, foi morto em Islamabad por Malik Mumtaz Hussain Qadri, um de seus próprios guarda-costas.
Syed Munawar Hasan, chefe do Jamaat-e-Islami, disse que não havia necessidade de chorar a morte de Taseer, enquanto o líder do Jamiat-e-Ulema-e-Pakistan, da seita Barelvi, elogiou Qadri como herói do Islã.
"Há um Mumtaz Qadri em cada casa do Paquistão", afirmou Sahibzada Abul Khair Muhammad Zubair à multidão.
A lei sobre a blasfêmia tem sido objeto de muita atenção depois que uma mulher cristã, Aasia Bibi, foi condenada à morte no ano passado sob acusações classificadas por Taseer como falsas.
"Nós não vamos aceitar qualquer mudança nesta lei", disse Fazl-ur-Rehman, chefe da Jamiat-e-Ulema-e-Islam, grupo religioso pró-Taleban que deixou a coalizão de governo no mês passado após a demissão de um de seus ministros.
Rehman disse que o governo em si é responsável pelo assassinato de Taseer. Se ele tivesse sido demitido do cargo e preso por seus comentários, ainda estaria vivo, disse ele.
"E agora que vocês levaram o caso de Taseer à corte, também temos o direito de defender Mumtaz Qadri."
O forte apoio a Qadri tem desanimado os liberais paquistaneses e aliados estrangeiros, como os Estados Unidos, que veem o crescente extremismo no Paquistão como uma ameaça à segurança.
Embora os muçulmanos não tenham obtido muitos assentos nas eleições, eles têm a capacidade de levar as pessoas para as ruas.
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