Milhares de sírios foram para as ruas nesta sexta-feira (16) protestar contra o presidente Bashar al-Assad, disseram ativistas, um dia depois de o maior aliado da Síria, a Rússia, ter aumentado o tom das críticas a Damasco em um esboço de resolução da Organização das Nações Unidas.
Ativistas e moradores disseram que as forças sírias mataram a tiros quatro pessoas em mais um episódio da repressão constante que a ONU diz ter provocado 5.000 mortes nos últimos nove meses, e sanções ocidentais e da Liga Árabe para isolar Damasco.
As mortes de sexta-feira aconteceram, segundo ativistas, após as orações de meio-dia nas cidades de Deir al-Zour e Homs, no leste, foco da oposição aos quarenta anos de governo repressivo da família Assad.
Em Homs, 200 mil pessoas participaram de uma marcha, disse o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, e imagens transmitidas pela televisão Al Jazeera mostraram forcas com cinco efígies penduradas, incluindo uma de Assad.
Não foi possível verificar o número de manifestantes, já que a Síria proibiu a entrada de grande parte dos jornalistas independentes, mas se o número for confirmado, serão os maiores protestos realizados em várias semanas.
Na quinta-feira, a Rússia apresentou um esboço de resolução sobre a violência na Síria ao Conselho de Segurança da ONU, oferecendo uma chance para que o painel de 15 nações supere um impasse e entregue seu primeiro comunicado contra a repressão promovida por Assad.
O Conselho estava dividido entre os países ocidentais que criticam duramente a Síria de um lado, e de outro Rússia, China e os países não alinhados, que se recusam a culpar Assad pela violência.
Diplomatas ocidentais acreditam que uma resolução firme do Conselho de Segurança apoiada pela Rússia, aliado de longa data da Síria e seu fornecedor de armas, possa fazer diferença aos esforços de lidar com a crise.
Os Estados Unidos e a União Europeia impuseram sanções e pedem que Assad renuncie. A vizinha Turquia tomou medidas similares e mesmo a Liga Árabe declarou sanções contra a Síria, embora tenha por várias vezes estendido um prazo para que a Síria aprove uma fórmula para acabar com a crise.
No último sinal do pesado preço que a Síria está pagando pelo banho de sangue, a Turquia disse nesta sexta-feira que Damasco perderia mais de 100 milhões de dólares por ano em rendas de transporte com Ancara ignorando o turbulento país e abrindo rotas de exportação alternativas para o Oriente Médio e o Golfo.
O Ministério turco da Economia disse que havia finalizado as conversas para começar a exportar bens ao Egito via mar em janeiro, e dali para os países do Golfo para evitar a Síria.
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